10 Melhores Livros de Chico Buarque Para Ler e se Encantar
Procurando por livros de Chico Buarque? Não se preocupe, nós, do Café e Livros, listamos alguns dos melhores exemplares desse incrível autor para você. Confira abaixo.
Chico Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque é um compositor, cantor e escritor brasileiro que, tem como característica principal, as histórias bem amarradas envolvendo críticas a diversos setores da sociedade.
Autor de grandes e reconhecidas musicas como Cálice e Geni e o Zepelim, Chico é relativamente pouco conhecido como escritor, tendo em sua coleção de escritos, romances, peças e contos que nos prendem do início ao fim.
Veja nossa lista e decida, por onde quer começar a ler.
Melhores Livros de Chico Buarque
Budapeste
Budapeste é o livro de Chico Buarque, o qual foi responsável pelo seu Prêmio Camões, o mais importante prêmio da língua portuguesa.
Budapeste é um livro enganoso, pois, inicia de uma forma leve e quase cômica e, quando prende o leitor na narrativa, se torna confuso e requer muita atenção para quem quer realmente entender.
O final surpreendente, deixa diversos caminhos interpretativos. É um daqueles livros que cada leitor consegue encontrar um possível final.
Apesar de ser um livro com começo, meio e fim, parece pouco preocupado com a trama e sim, parece apresentar as diversas linguagens escritas apresentadas no decorrer da escrita.
O livro é protagonizado por José Costa que trabalha em uma agência de criação de textos por encomenda, sendo assim, um escritor fantasma que, apesar de redigir os textos, artigos e cartas, não tem seu nome assinado em nenhuma criação.
O artista, após se interessar pela língua húngara, decide viajar para a Hungria, em Budapeste, sendo mais precisa, e, por lá, vive uma vida completamente diferente da que tinha.
É uma história sobre um homem com vida dupla e que em certo ponto se conectam, principalmente com alusões da vida e sua profissão. Além disso, também retrata um individuo que se apaixona por um idioma totalmente distinto do seu.
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Fazenda Modelo
Como mais um romance de Chico Buarque, o primeiro escrito pelo autor, podemos notar a inspiração no livro A Revolução dos Bichos.
Essa novela tem a ruralidade como foco principal que se inicia com a gestão dos bois, trazendo como uma representação da sociedade brasileira.
A administração do gado é ligada diretamente à administração do governo com os cidadãos brasileiros.
Nesse livro há muitas cenas explicitas de sexo, já que um dos bois é escolhido como garanhão e, há também descrições eróticas entre o personagem principal e sua esposa, Aurora.
A obra, escrita ainda na ditadura, nos faz entender ainda mais a crítica ao governo feita em parábola para proteção contra a censura, que era comum, principalmente em livros de caráter comunistas e eróticos.
Chico também coloca os animais com características humanas. Você lerá sobre reivindicações dos bichos, como as vacas, que querem ter direito a ver os seus filhos, por exemplo.
É comum que você se sinta confuso pelas descrições, muitas vezes não é possível saber se está falando dos animais ou de seres humanos, mas, não se preocupe, essa escrita foi totalmente proposital.
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Anos de Chumbo
Anos de Chumbo é a estreia de Chico Buarque na narrativa de contos, são escritos a 8 cotos incríveis com reflexões em cada um.
O primeiro conto, Meu Tio, fala sobre um homem que usa de sua posição e dinheiro para conseguir vantagens. Já o segundo, um rei, quer se vingar de um artista odiado que, também, prepara o seu primo.
Os contos desse livro abordam os mais diferentes temas, como violência, egocentrismo, drogas, vitimismo, racismo, milícia e o extermínio e, é claro, o futebol, a bola correndo.
As narrativas podem ser secas, agressivas, mas, em alguns contos, podemos notar a delicadeza, a nostalgia e o Chico lírico que estamos acostumados nas composições musicais.
No Conto Copa Cabana, Chico Buarque prepara o leitor para a literatura, assim como o conto sobre Clarice Lispector, repleto de sedução no enredo.
Os contos são ambientados no Rio de Janeiro, repleto de situações cotidianas dos cariocas. Ora teremos um Rio agressivo e violento, já em outros momentos, lírico que inspira os poetas.
Você lerá algumas situações de abuso e em como as pessoas mais ricas podem se munir dessa condição para explorar o menos favorecido.
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Essa Gente
Essa Gente é um romance audacioso e um dos melhores livros que já li. Lançado há aproximadamente 3 anos, esse livro retrata uma busca pela criatividade.
A narrativa discorre sobre um autor que, apesar de ter obras bem conhecidas, está em hiato devido à falta de criatividade. Essa ausência do dom pode estar relacionada à sua vida pessoal.
Seus problemas financeiros, entre outros, apresentam um paradoxo. Triste por não produzir e não produz por estar muito triste.
Há aqui algumas pitadas autobiográficas, sejam informações ou jogo de palavras com sua sonoridade. É um romance muito corajoso.
Além da história principal, o autor também retrata o Brasil e seus problemas sociais, principalmente. Mas, há também algumas críticas políticas com relação à censura e negligência governamental.
A escrita de Chico Buarque é muito simples e fácil de compreender nesse exemplar, por isso, você não terá dificuldades em finalizar a leitura.
Outro ponto positivo é o formato que lembra um diário, o que nos coloca em maior identificação com o protagonista. Apesar do formato, o tempo não é linear. Avança e retrocede.
Diversos problemas comuns são retratados na narrativa, a dificuldade em lidar com o filho adolescente, os problemas no casamento, etc.
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Estorvo
Estorvo, lançado em 1991 e marca uma nova fase na escrita de Chico, pois, não é mais ligado à ditadura militar. Mostrando o autor observando o ser como indivíduo.
O personagem principal nos joga na narrativa sem muita informação. Poucos elementos são descritos e não entendemos o porquê.
Além disso, ele se vê como um estorvo, já que muitas pessoas o ajudam. Outra característica sua, é a ansiedade. O personagem principal pensa muito sobre tudo.
Além de se ver como um estorvo, ele encontra muitos estorvos durante a jornada descrita no livro, sempre nos levando a permanecer apreensivos pela falta de informação e falta de detalhes importantes.
Essa obra é muito bem escrita, te levará a se identificar com o protagonista, principalmente pelo sentimento de falta de pertencimento a ambientes físicos.
O protagonista está sempre se mudando e não permanece muito tempo em local algum.
Há alguns gatilhos no livro, em determinado momento ocorre um abuso sexual. Abuso esse que finaliza rapidamente e sem consequência, nos fazendo pensar sobre o significado que teria para a construção da história.
Uma das hipóteses é não ser a primeira vez que acontece, devido à isso, foi normalizado.
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Benjamim
Benjamim, o personagem principal que dá nome ao livro, tem a história contada no exemplar. Exercendo a profissão de modelo fotográfico, faz parte de uma narrativa calma e tranquila.
Sua personalidade é descrita como aprofundada e o livro confunde bastante com relação ao que é real e atual e, o que é lembrança.
Benjamim conhece Ariela que o lembra outra mulher com quem o personagem principal já havia se relacionado, portanto, seu novo relacionamento é uma busca pelo anterior.
O livro reveza com cenas do romance atual e lembranças do anterior. É fácil se confundir. Leia com atenção.
Todo o relacionamento anterior é descrito gradativamente de forma que conseguimos acompanhar seu começo, meio e fim. Além disso, somos informados da relação de ambos após o termino.
Em determinado momento, Benjamim chega a pensar que Ariela é filha de sua antiga namorada, o que o faz criar ainda mais teorias sobre como teria sido sua concepção e nascimento.
A relação dos dois chega a ser estranha por vezes, já que nosso modelo permanece em dúvida se essa menina seria sua filha ou não.
Esse livro intrigante vai te levar a pensar como benjamim e você não saberá o que é real ou não.
Leite Derramado
Leite Derramado vem da tradição de romances que dependem da memória. Aqui, Chico fala sobre o passado retratando a história de um protagonista narrador, o Eulálio, que conta casos da sua vida.
Eulálio está em uma cama de hospital e conta à enfermeira histórias de seus antepassados e de seus descendentes. A questão aqui é a falta de confiança que devemos ter no narrador, pois, sua memória está prejudicada.
As informações são dadas em confusão. A todo momento Eulálio fornece uma informação e relembra de que aquela não é mais parte da atualidade.
Os homens da sua família que o antecederam eram todos envolvidos com política e ele, quebrou essa tradição fazendo que com seus filhos e netos tomassem direções distintas durante a vida.
Um de seus netos é envolvido com tráfico no Rio de Janeiro. E, apesar de algumas informações sobre sua profissão, o livro nunca fala com o que Eulálio trabalhou.
O que podemos notar aqui nessa história é a presença do racismo comum na família do protagonista, apesar de se mostrar não-racista, afirma isso com relação aos seus antepassados que eram favoráveis à escravidão.
Além disso, Chico explora o machismo comum na sociedade patriarcal, apesar de a esposa do protagonista ser um exemplo de mulher forte.
Gota D’água
Gota D’água é um dos livros mais difíceis de encontrar na versão original. Essa é mais uma das peças de Chico Buarque. Logo na capa está escrita a frase “assassinou os dois filhos e se matou”. Dando, de cara, um spoiler sobre a narrativa.
A história foi escrita em 1975 e teve inspiração nas tragédias gregas. A história tem como intenção, mostrar como a política liberal e capitalista, que vinha sendo implementada no Brasil, estava criando uma distância enorme entre pobres e ricos.
Chico e Buarque e Paulo Pontes se basearam também na reescrita de uma peça carioca. Você conhecerá a história de Joana que inicia o livro devastada com o fim de seu relacionamento.
Jasão, seu ex marido, faz um samba que se torna famoso e casa com Alma e continua residindo no mesmo local, uma vila onde o aluguel é muito alto e muitos moradores encontram dificuldades em pagar.
São dois núcleos, o fim do relacionamento de Joana, quando vive cercada por amigas que a ajudam a superar e a cuidar das crianças e, o foco nos altos preços de aluguel da vila.
Há realidade com crítica social nessa peça. Você não se arrependerá de ler.
Calabar
Calabar é mais uma peça de teatro organizada por Chico Buarque, dessa vez com o Rui Guerra. Uma peça que notamos a necessidade de muito contexto histórico para melhor entendimento.
Se passa em 1635, em Alagoas. Esse foi um dos anos que fazem parte do período em que os holandeses estavam no Nordeste. Momento esse em que o rei uniu as coroas de Espanha e Portugal.
A história fala sobre Domingos Fernandes Calabar, um proprietário de terras alagoano que, na época, foi considerado um traidor, já que esteve infiltrado para conseguir informações privilegiadas aos holandeses.
Sua captura se deu graças a outra traição e sua captura foi usada como exemplo para evitar o surgimento de outros traidores.
Para quem gosta de História do Brasil, esse livro é uma excelente forma de se informar um pouco mais sobre determinada época histórica no nosso país.
Mauricio de Nassau também aparece aqui e, se você não o conhece, foi um dos governadores gerais em Pernambuco.
Além disso, o nome de duas músicas de Chico, Ana e Bárbara, aparecem como personagens, claro que, em âmbitos distintos.
Enquanto Ana mostra muito sobre os bordéis e a presença feminina no contexto, Bárbara aparece como amante de Calabar.
O Irmão Alemão
Chico Buarque, em sua realidade, descobre que seu pai engravidou uma mulher alemã e esse filho nasceu. Sendo assim, decide procurá-lo. Tornando esse livro, uma autoficção.
Mas, não se engane, esse livro mistura realidade com ficção, portanto, recomendamos que você pesquise o que ficar realmente intrigado (a) em saber.
No livro foram inclusos documentos reais como cartas que comprovam a comunicação entre Chico e o seu irmão. O que nos confunde ainda mais na distinção do que é real e do que foi inventado.
O livro se passa durante a ditadura, portando há duas camadas. A vertente que mostra o protagonista em busca de seu irmão e a outra que mostra nosso protagonista lidando com as adversidades de se viver em uma ditadura.
Entretanto, seu foco principal é pessoal, ou seja, encontrar seu irmão. Quanto à ditadura, se mostra bastante passivo, fazendo promessas e não as cumprindo.
Durante sua jornada, Chico descobre haver muito mais evidências sobre o seu irmão do que ele pensava. O que foi mais difícil descobrir já que ele não indagava ninguém.
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Rana Fernandes é graduanda no curso de Licenciatura em História pela UEFS. Suas preferências literárias são histórias de aventura, suspense e fantasia, principalmente quando misturam elementos históricos