Análise do Emocionante Romance Adolescente A Culpa é das Estrelas
Aqui no Café e Livros, hoje você vai entender um pouco mais sobre o best seller “A Culpa é das Estrelas”, do autor estadunidense John Green.
Este é provavelmente o livro mais famoso do autor, que lançou vários outros livros de sucesso e hoje acumula fãs pelo mundo inteiro, por conseguir se comunicar com diversas gerações através de seus livros, especialmente os jovens.
“A Culpa é das Estrelas” foi publicado no ano de 2012 e é o sexto livro de John Green. O livro se tornou um fenômeno e ganhou prêmios como Audie Award for Teens e Goodreads Choice Award de Melhor Ficção Young Adulte.
O livro também ganhou uma adaptação para os cinemas em 2014, que se tornou um sucesso de bilheteria, é amado por fãs do livro, por pessoas que não o leram, e ainda influenciou pessoas que não o levar a ler, pois após o filme passou sua conhecera existência.
Resumo sem spoilers
A culpa é das estrelas conta a história de Hazel Grace e Augustus Waters (Hazel e Gus). Dois adolescentes que já conhecem de perto e na pele os horrores que envolvem a vida de quem sofre de câncer. Não só quem enfrenta a doença, mas as pessoas a sua volta.
Ela sofre desde criança com um câncer muito agressivo nos pulmões, sem chance de cura e é uma espécie de cobaia de um tratamento experimental com um tipo de medicação chamada falanxifor.
Hazel e Gus se conhecem em um encontro de um grupo de apoio para jovens com câncer, localizado em um porão de uma igreja, após a mãe de Hazel decidir que ela precisa viver um pouco fora de sua bolha e conhecer pessoas que vivem a mesma realidade que a sua.
Gus por outro lado, não sofre mais de câncer; ele teve a doença quando mais jovem e estava ali apenas para acompanhar seu amigo Izaac, que teve câncer em um olho e precisou retirá-lo, e agora terá de fazer o mesmo com o outro olho.
De início, Hazel se sente intimidada e incomodada com aquele garoto que não para de a observar, e mais incomodada ainda com seu discurso de que pretende ser uma pessoa marcante para o mundo e lembrado por fazer a diferença.
Mas isso não demora para mudar, pois Gus, com seu jeito galanteador e extremamente livre de medos e inseguranças, logo cativa a reservada Hazel Grace Lancaster, que aceita seu convite de ir à sua casa para conversarem e se conhecerem melhor.
Ao decorrer da história, os dois constroem uma amizade que o leitor consegue sentir instintivamente que se transformará em amor.
Dito e feito! Gus começa a se interessar por Hazel, mas ela não deixa que o relacionamento aconteça e faz questão de deixar claro para Gus que eles não vão namorar, pois ela não terá uma vida longa e poderá morrer a qualquer momento e deixá-lo só.
Paralelo a isso, acontecem algumas outras coisas, como a namorada de Isaac o abandonar por alegar não conseguir lidar com o câncer dele, o que rende uma cena bastante engraçada dos três jogando ovos no carro dela.
Há também um assunto paralelo que preenche uma boa parte do livro, que é o livro qual Hazel é completamente fã.
No dia em que Hazel e Gus foram para a casa dele para conversar e se conhecerem melhor, ela lhe apresenta seu livro favorito, chamado “uma aflição imperial”.
Ela conta com entusiasmo do livro e explica o motivo dela o amar tanto. Segundo ela, o autor, Peter Van Houten consegue nesse livro, explicar e descrever exatamente como é estar morrendo sem realmente estar morrendo.
Entretanto, ela não gosta da forma como o livro acaba, pois segundo ela, há várias lacunas e várias questões histórias de personagens inacabadas que ela gostaria de saber.
Ela e Gus trocam entre si seus livros favoritos e combinam de discutir sobre eles após a leitura.
Quando Gus lê “uma aflição imperial”, ele passa a se sentir da mesma maneira que Hazel sobre o final.
Depois disso, sem dizer para Hazel, ele envia um e-mail para o autor em nome dela, expondo suas dúvidas e insatisfações com o final do livro. A surpresa vem quando o e-mail é respondido com um convite para Amsterdã, para que as respostas fossem respondidas.
Entretanto, Hazel e sua família não têm como custear esta viagem. Mas este problema é resolvido por Gus, que tinha guardado seu desejo dos gênios e resolveu usar para isso.
Mas existia ainda um outro empecilho: Hazel tem uma grande piora e os médicos a proíbem de viajar para tão longe. Mas isso também não dura muito, pois este outro obstáculo também é derrubado.
Em Amsterdã acontece o ponto alto da história.
Lá eles passam por uma situação extremamente inusitada, desagradável e decepcionante com o autor e ídolo de Hazel.
É lá também que Gus se declara para Hazel e mais tarde os dois finalmente começam seu tão esperado relacionamento amoroso.
E é lá também que a história tem uma grande revira volta inesperada que pega o leitor desprevenido, e a partir daí o livro assume uma narrativa um pouco diferente e emocionante.
Para entender todas as referências citadas e descobrir o que realmente acontece da metade para o fim do livro, aproveite seu tempo livre e leia “A Culpa é das Estrelas”.
Vale a pena ler “A Culpa é das Estrelas”?
Para quem não o conhece previamente, o livro “A Culpa é das Estrelas” é aparenta ser apenas um livro de romance adolescente com câncer.
Mas calma lá, que ele vai muito além disso. “A Culpa é das Estrelas” é envolvente, apaixonante, complexo e profundo.
O autor John Green, que ficou famoso entre os leitores jovens, conseguiu em “A Culpa é das Estrelas”, trabalhar um assunto extremamente sério e delicado como o câncer terminal em adolescentes de uma maneira um pouco menos melancólica.
Ele não invalida ou romantiza a doença por se tratar de personagens muito jovens, nem exagera e transforma em uma coisa trágica, justamente também por serem muito jovens.
A sensação que temos é a mesma que Hazel tinha sobre o autor de seu livro preferido: ele consegue descrever como é estar morrendo sem realmente estar morrendo.
Ao fazer esta leitura, é possível sorrir, chorar, suspirar e se apaixonar.
Ele não tem elementos de ação, amor proibido, suspense, romance de época ou terror, mas mesmo assim prende a atenção do leitor, que dificilmente terminará a leitura insatisfeito, pois arranca lágrimas até de quem não costuma chorar com livros.
Então sim, vale a pena ler “A Culpa é das Estrelas”.
Vanessa Oliveira é uma baiana graduanda em letras com inglês pela UNEB. Tem paixão pelas áreas do audiovisual, música e literatura. Seu interesse em livros começou na adolescência com livros sobre fantasia e aventura, que abriram as portas para o vasto universo literário.
Muito bom, parabéns