08 Melhores Livros sobre 1ª Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial é um tema histórico e chama atenção de jovens e adultos. Por isso, a equipe do Café e Livros selecionou alguns exemplares incríveis que conta essa história em diferentes perspectivas. Confira a seguir.
A Primeira Guerra Mundial surgiu logo após o que se conhece como Belle Époque, em contrapartida a esse movimento de fé e esperança, ocorria a disputa por territórios e industrialização da Alemanha.
Assim, iniciava um dos maiores conflitos armados da História, deixando inúmeros mortos e feridos. Conflito esse que auxiliou os Estados Unidos em seu crescimento econômico que o transformou em uma grande potência.
Veja abaixo os exemplares recomendados por nós.
Melhores livros sobre a I Guerra Mundial
A Beleza e a Dor: Uma história íntima da Primeira Guerra Mundial; Peter Englund
Em uma história brilhante de não convencional, Peter Englund segue a vida de 20 pessoas comuns durante os horrores da Primeira Guerra.
Dentre essas 20 pessoas, você encontra um motorista de ambulância americano, uma enfermeira inglesa no exército russo, um aventureiro sul-americano lutando pelos turcos, uma garota alemã de 12 anos e diversos outros civis.
Se você viu em algum lugar que a obra tem 227 capítulos, não se apavore. Em sua maioria, eles são bem curtinhos. Alguns, por exemplo, não tem mais que uma página de conteúdo.
É bom deixar claro que essa não é, nem de longe, uma história convencional. Englund criou um tipo de coleção no qual a vida dos desconhecidos, ou largamente esquecidos, se conectam.
O livro também é recheado com pressentimentos da Segunda Guerra. Conforme o autor, o conflito que aconteceu entre 1914 e 1918, anunciou uma nova era de atrocidade e diminuiu a responsabilidade individual por ela.
De forma inevitável, A Beleza e a Dor é uma crônica de perda humana, atrocidade e fome. O que aconteceu nas batalhas foi trágico e inumano. No entanto, o horror aqui é gravado em uma linguagem simples e cotidiana, transformando um evento tão ruim em algo comum.
“Eu vi e fiz coisas que eu quero esquecer” – P.J. Harvey.
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Os sonâmbulos: Como eclodiu a Primeira Guerra Mundial; Christopher Clark
Será que a Alemanha realmente deveria ser culpada pela Primeira Guerra, ou as nações europeias simplesmente sonambularam direto para o conflito?
Este relato soberbo das causas do como o conflito começou em 1903 com a morte de Alexandre I da Sérvia por uma rede terrorista secreta conhecida como a Mão Negra.
A Alemanha é normalmente culpada por escalar o conflito, mas Clark se recusa a jogar o jogo da culpa, argumentando que os alemães não estavam sozinhos em seu imperialismo paranoico.
A realidade mais assustadora e convincente é que nenhuma nação queria participar de uma guerra, mas cada uma delas entrou de cabeça bem no meio dela.
Neste livro, o autor coloca um certo tipo de contexto em cima desse conflito ilógico, mostrando como a Europa pré-1914 era instável, dividida entre facções éticas e nacionalistas. Ele também sugere que as elites europeias que queriam provar sua virilidade em batalha estavam sofrendo uma crise de masculinidade.
Nas páginas deste livro, o autor pergunta: será que toda uma guerra tenha começado somente porque alguns homens de classe alta e generais se sentiram ameaçados pelo crescimento da classe do proletariado e dos não-brancos?
Uma das mais terríveis manchas na história da humanidade que pode ter acontecido por um simples capricho masculino.
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A Guerra que acabou com a paz: Como a Europa trocou a paz pela Primeira Guerra Mundial; Margaret McMillian
Nas páginas desta obra, é garantido que a autora foque nos líderes políticos e militares da Europa.
Ela entrega também os papéis desses líderes no centro da gradual união da Tríplice Aliança de um lado e da Tríplice Entente do outro.
Por mais que a história das Tríplices não sejam novidade para quem conhece até mesmo o básico dos países participantes da Primeira Guerra, McMillian entrega alguns tópicos não muito comentados nesse assunto, como os trabalhos internos da aliança Áustria-Hungria.
Em sua introdução, a autora deixa claro que a guerra não era inevitável, mas que uma série de forças estavam trabalhando em direção ao mantimento da paz.
De movimentos trabalhistas e indivíduos chave a uma resistência duradoura na capacidade da Europa de evitar conflitos.
Nesse caso, por que as forças indo em direção a paz, nenhuma delas especialmente fraca, não conseguiram prevalecer?
Essa é a pergunta que move o livro que a autora faz seu melhor para conseguir responder.
Por mais que essa história de que haviam pessoas com poder tentando a todo custo evitar a guerra pareça difícil de acreditar, especialmente devido ao contexto europeu descrito neste mesmo livro, McMillian sugere que essas vozes, teriam sido ofuscadas pela hostilidade.
Na época, muitos achavam que o conflito não aconteceria, já que os problemas entre a Grã-Bretanha e a Alemanha não começaram por aqui.
Sendo assim, você leitor vai descobrir que não há somente um culpado quando nos perguntamos quem iniciou o conflito, mas sim, que há culpa em cima de muito mais nações do que se era originalmente especulado.
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O Brasil na Primeira Guerra Mundial: A longa travessia; Carlos Daroz
Quando você pensa em grandes conflitos de escala mundial, é quase uma certeza que o contexto do Brasil na época não é a primeira coisa que passa pela sua cabeça.
Aqui, Daroz muda esse pensamento e coloca nossa pátria como protagonista da história dessa vez.
Com uma linguagem direta e de fácil entendimento, o autor transcreve o que acontecia com o país e como a guerra afetava as pessoas que moravam tão longe de onde o conflito principal acontecia.
O livro confirma a percepção comum de que o Brasil teve uma participação extremamente tímida na I Guerra Mundial.
De um lado, pode-se imaginar qual a razão de colocar no centro uma terra que quase não participou de combate algum. Por outro lado, é interessante a descrição do contexto das correntes de pensamento no Brasil e as condições militares durante o conflito.
O relato objetivo da expedição médica brasileira na Europa é muito interessante, e não deixa a sensação de uma narrativa orgulhosa.
Muito interessante também é que o elemento de que a Grande Guerra, para os países sul-americanos, era um palco distante e especial europeu, e que o cenário de guerra mais plausível seriam os conflitos pelos quais já passamos e que nem se comparam ao que acontecia em meio as Tríplices.
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Vozes Esquecidas da Primeira Guerra Mundial; Max Arthur
Este livro é escrito por mais de um autor.
Max Arthur não tirou essas histórias de sua própria cabeça.
Ele dá uma verdadeira voz aos homens e mulheres que foram infelizmente puxadas para o meio do conflito. Pessoas comuns vivendo suas vidas pacíficas e como elas foram interrompidas.
No ano de 1972, o Museu Imperial de Guerra começou uma tarefa de extrema importância.
Um time de acadêmicos, arquivistas e voluntários começou a rastrear veteranos da Primeira Guerra para entrevistá-los e registrar as experiências de indivíduos comuns em meio a guerra.
Desde então, esse arquivo cresceu a ponto de se tornar o maior e mais importante coleção de histórias orais do mundo, contendo mais de 34 mil entrevistas de veteranos de ambas as guerras.
Nessas páginas você encontra duas coisas de maior importância:
Esta obra é a primeira vez que muitas dessas gravações foram transcritas e publicadas e é também a única história oral que abrange tantas dessas crônicas sobre a Primeira Guerra.
Max Arthur é um especialista em lembranças contadas em primeira mão sobre eventos históricas e esse não é o único livro desta coleção.
O autor também juntou outra coletânea para publicar. Dessa vez, ele conta relatos sobre a Segunda Grande Guerra, com muito mais histórias e vidas que foram esquecidas com o tempo, mas que sofreram tanto quanto muitos outros.
A Garota que você deixou para trás; Jojo Moyes
Da autora do livro que virou filme “Como Eu Era Antes de Você”, “A Garota que Você Deixou Para Trás” tece habilmente duas jornadas que vão da França em meio a Primeira Guerra até a Londres do presente.
O cenário é um dos maiores conflitos já vividos pela humanidade. A prioridade de Sophie Lefèvre é manter sua família segura enquanto seu amado marido, Édouard, luta no front.
Quando a cidade deles sucumbe para os alemães, Sophie é forçada a servi-los todas as noites em seu hotel.
O marido dela é um artista e antes de se alistar, ele havia pintado um retrato de Sophie. A partir do momento em que o novo comandante coloca seus olhos nesta mesma pintura, nasce uma obsessão perigosa.
Quase um século depois, em Londres, o retrato vive pendurado no lar de Liv Halston, um presente de casamento dado a ela pelo seu marido antes do dia em que ele morre repentinamente.
Depois que um encontro revela o verdadeiro valor desta pintura, uma batalha começa sobre sua história conturbada e o mundo de Liv é totalmente jogado de cabeça para baixo.
Por fim é bom avisar que a parte da obra que conta a história de Liv não é tão maravilhosa quanto a primeira metade do livro, o que não a torna ruim, e que pode não ser recomendado para todo e qualquer leitor.
O principal motivo de reclamação nessa parte é que na metade que conta sobre o passado e a vida de Sophie é cheio de tensão do começo ao fim e quando conhecemos Liv, a escrita se acalma mais já que a ameaça iminente de algum ataque não é a preocupação principal.
Nada de Novo no Front; Erich Maria Remarque
Considerado por muitos o melhor livro sobre guerras, “Nada de Novo no Front” traz uma nova perspectiva no assunto Primeira Guerra e mostra a experiência dos alemães durante o conflito.
Transformado em filme nos anos de 1930 e 2022, a obra vem contar uma história pouco comentada, mas que é tão importante quanto as outras.
Nunca pensamos muito no assunto, mas o que faziam e o que pensavam os alemães diante de momentos tão horríveis na história humana?
Este é o testamento de Paul Bäumer. Um jovem rapaz alemão que se alista no exército junto de seus colegas enviado para lutar na guerra.
Eles se tornam soldados com forte entusiasmo e estão genuinamente animados para lutar em nome da Alemanha.
O problema principal acontece quando seus mundos de dever, cultura e progresso sucumbem em pedaços durante o primeiro bombardeamento das trincheiras.
Durante esses anos vívidos de guerra, Paul se segura a um único juramento: Lutar contra o princípio de ódio que de forma ilógica coloca jovens homens da mesma geração, mas de diferentes uniformes uns contra os outros.
Isso é, se ele conseguir sair da guerra com vida.
“Nada de novo no Front” é um livro atemporal que mostra como jovens eram enganados e levados a lutar em um conflito sem sentido e aparentemente sem fim.
“Eu sou novo, eu tenho 20 anos. No entanto, não sei nada sobre a vida além do desespero, da morte, do medo e da superficialidade fátua lançada sobre um abismo de tristeza.” – Trecho do livro.
Johnny vai à Guerra; Dalton Trumbo
Essa definitivamente não é uma guerra comum.
Esta seria a guerra que faria do mundo um lugar seguro para a democracia.
E, se a democracia estivesse segura, então nada mais importava. Não os milhões de corpos mortos ou as milhares de vidas arruinadas.
Este não é um livro comum.
Este é um livro que nunca escolhe o caminho mais fácil ou os temas mais leves. É chocante, assustador, violento, horrível, inflexível, brutal, sem remorso e deplorável.
Mas, é importante saber, a guerra também é tudo isso.
Ganhador do Prêmio Nacional do Livro, Trumbo resolveu escrever esta obra após ler um artigo no jornal de um soldado que teve seu rosto completamente desfigurado.
O conteúdo desta dissertação é amplamente visto como antiguerra. Entretanto, lendo de forma mais profunda, é possível ver que as opiniões de Dalton sobre a guerra, iluminam a humanidade na totalidade, não somente os terríveis aspectos das batalhas.
Joe Bonham é um jovem soldado americano que servia na Primeira Guerra e que acorda em uma maca de hospital após ser pego na explosão de um projétil de artilharia.
Gradualmente, ele percebe que havia perdido seus braços, suas pernas e todo seu rosto, incluindo seus olhos, seus dentes e sua língua.
O mais terrível é que sua mente continua intacta, funcionando perfeitamente e o transformando em um prisioneiro de seu próprio corpo. Sempre com dor e sem conseguir ouvir, ver ou se comunicar, Johnny não pode nem pedir pelo alívio que seria sua morte.
Você já conhecia algum desses livros? Comente quais outros livros sobre a 1ª Guerra Mundial nossos leitores também devem comprar.
Rana Fernandes é graduanda no curso de Licenciatura em História pela UEFS. Suas preferências literárias são histórias de aventura, suspense e fantasia, principalmente quando misturam elementos históricos