O Livro Pequeno Príncipe é bom? Resenha Completa.

O Pequeno príncipe é um livro que conquista frequentemente novos leitores por ser simples e trazer diversas questões filosóficas. Nós, do Café e Livros, fizemos uma resenha abordando diferentes aspectos da narrativa. Confira abaixo.

O Pequeno Príncipe é um livro que pode ser lido em apenas uma hora, oferecendo uma linguagem fluida e fácil de entender. O que intriga é o autor conseguir trazer abordagens complexas em um exemplar aparentemente infantil.

Existem muitas questões a respeito da história que nunca foram esclarecidas e dão origem a muitas interpretações. Por isso, trouxemos para você uma resenha completa com nossa visão sobre a narrativa.

Autor e ilustrador	Antonie de Saint-Exupéry
Páginas	96
Ano	1943
1ª Editora	Éditions Gallimard

Resumo do livro e outras questões

O Livro O pequeno Príncipe se inicia quando um aviador cai em um deserto e se encontra em um território desconhecido sem saber o que fazer para se salvar. Esse momento foi baseado em uma experiência do autor como aviador.

É nesse instante que surge o nosso personagem principal com questionamentos sobre a vida incomuns de ver em uma criança, momento esse que dá a origem da história, já que o aviador seria o escritor.

O aviador, após pegar no sono, acordou e se deparou com o menino que o pediu que desenhasse um carneiro no papel. Ele estaria em busca do carneiro para comer as plantas que cresciam em excesso no B-612.

O Pequeno Príncipe é um menino que vive isolado em um asteroide, chamado B-612, pequeno que sabe apenas ele e outros poucos outros seres.

Seu amor principal no seu mundo é a sua rosa, que veio a ele por meio de semente que caiu na terra, a partir de então, se dedicou a regá-la todos os dias e cuidar dos Baobás próximos para que não crescessem demais e machucassem a delicada rosa.

Em determinado momento, o menino decide viajar para conhecer uma parte do espaço para viver algo diferente do que está acostumado em seu território.

Uma lição importante sobre sair da nossa bolha.

Entre os personagens da história estão o rei, a raposa, a serpente, o bêbado, o homem de negócios, o acendedor de lampiões, o geógrafo, o astrônomo turco, o vaidoso, o príncipe e o aviador.

A visita à raposa é, com certeza, a que dá origem às passagens mais famosas do livro, pois, ensina ao príncipe a importância de cativar e do processo de construção das relações através de um simples convite para brincar.

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”

É com a raposa também que o príncipe entende a importância que cada um que nos cativa ou que cativamos ocupa na nossa vida.

Ainda que ele tenha encontrado inúmeras rosas parecidas com a sua, nenhuma era igual, pois, ele não tinha uma história anterior com elas.

Por fim, o menino visita à Terra e é quando conhece o aviador, lhe conta tudo sobre a suas aventuras ao conhecer outros asteroides e incita reflexões no adulto usando passagens simples da sua vida que podem ter passado despercebidas.

O Pequeno Príncipe se foi desaparecendo no ar, o que, de certa forma, imitou a realidade do autor, que morreu em uma missão e nunca foi encontrado.

Se você gosta de livros de aventura, veja nosso artigo sobre livros de piratas para crianças e adultos.

O que O pequeno Príncipe ensina

Apesar de ser um livro infantil resumido em poucas páginas, O Pequeno Príncipe, mesmo após tantos anos de lançamento, continua sendo um exemplar apaixonante pelas questões que levanta.

A narrativa fala muito sobre o amor, valorização do outro, amadurecimento, comportamento humano, valorização das coisas simples e a importância de deixar viva nossa criança interior mesmo após crescermos.

Com personagens e diálogos de fácil entendimento, a leitura nos mostra que uma criança é capaz de ver coisas imperceptíveis aos olhos adultos, que já tem outras prioridades.

Além disso, o livro lançado em 1943, ainda hoje, nos ensina muito sobre inteligência emocional, paciência e empatia. O quão é importante entender a necessidade do próximo dentro do limite razoável.

Um ótimo exemplo é a rosa, pois, o príncipe teve o cuidado e a dedicação de cuidá-la regando-a diariamente para que crescesse saudável e fosse capaz de revelar toda a sua beleza, ao invés de ignorá-la e seguir com sua rotina.

E fez tudo isso sabendo que a rosa não poderia oferecer algo em troca, por ser uma planta, tudo o que poderia fazer é ficar em pé no chão exibindo sua beleza.

“O amor verdadeiro começa lá onde não se espera nada em troca”

Com a vida cada vez mais agitada e com mais responsabilidades, os adultos esquecem de admirar elementos simples da vida, mas, não porque querem e sim, pois, precisam escolher suas prioridades.

É importante pararmos para cuidar das nossas relações e não pararmos de tentar sermos melhores a cada dia. Por nós e pelos outros a nossa volta.

Durante a leitura é possível notar outras questões atuais como xenofobia, vaidade, devoção exagerada, a vergonha de ser quem é, a confusão entre valores, a forma ideal de amar e adultos tão ocupados que não percebem o que acontece a sua volta.

O que mais nos intriga é como o autor conseguiu condensar reflexões tão importantes em um livro tão pequeno e que parece tão infantil.

Talvez porque tenha escrito para as crianças e para as crianças que ainda vivem nos adultos.

O livro pode ser considerado também como uma narrativa de magia, já que oferece elementos impossíveis na realidade.

Para quem teria sido escrito o livro

Muito se discute ainda sobre qual o público que Saint-Exupéry teria pensado ao escrever O Pequeno Príncipe, mas, infelizmente, o autor faleceu antes de responder essa e outras tantas perguntas sobre a história.

Ao pegar o exemplar, notar a linguagem, a construção dos personagens e a ilustração, pensamos logo em crianças e na necessidade de abordar temas complexos em linguagem infantil.

A linguagem, a pesar do uso de outros tempos verbais que geralmente não usamos na linguagem verbal como “tu cativas” ao invés de “você cativa”, é simples e fácil de entender na primeira lida.

Mas, olhando em outra perspectiva, o autor pode ter pensado em levar para os adultos, elementos que passam despercebidos quando crescemos no formato simples e prático da escrita para crianças.

O livro é muito leve e de leitura fluida, se você for daqueles que amam livros, terminará em um único dia.

Caso precise, leia mais de uma vez, além de ser um daquelas leituras que tocam na ferida, você poderá encontrar uma nova reflexão a cada nova leitura de acordo com o momento em que está vivendo

Aliás, esse é um excelente livro para o público infanto-juvenil, principalmente se você quer ensinar, desde criança, a lidar com situações que farão parte do cotidiano de todos conforme crescem.

Porque o livro é tão famoso

É inegável a fama do Pequeno Príncipe e, após lermos várias vezes, acreditamos que o motivo principal é por ser um livro atemporal.

Mesmo após tantos anos de lançamento, continua trazendo reflexões e questionamentos atuais, principalmente sobre a necessidade da inteligência emocional que precisa ser ensinada ainda na infância.

A paciência é outro termo que podemos notar ao entrar em contato com o mundo do Pequeno Príncipe, mas, por estamos em uma era de constantes e rápidas mudanças, esquecemos o significado da palavra.

“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas”

Saint-Exupéry foi um gênio ao sintetizar tantos questionamentos que não param de ser feitos em um livro com menos de 100 páginas e personagens que aparentam ser comuns, mas, que estão sempre oferecendo alguma reflexão importante.

Além disso, nos lembra a importância de manter algumas características das crianças em nós, como a sensibilidade e a simplicidade na forma de ver o mundo.

A empolgação com novas descobertas e a felicidade em realizar tarefas simples e, que não devemos esquecer de valorizar pequenas conquistas e nossa relação com outras pessoas quando nos fazem bem.

O livro também foi adaptado para filme e diversas peças de teatro.

Quem foi o autor do Pequeno Príncipe

Antonie de Saint-Exupéry foi um nobre escritor, ilustrador e piloto francês que escreveu, entre outros livros, O pequeno Príncipe.

Antonie Marie Roger de Saint-Exupéry nasceu em 29 de junho do ano de 1900 em Lyon, na França, em sua trajetória de vida escreveu livros que tinham ligação com sua história.

Estudou no colégio Jesuíta e em 1921 iniciou o serviço militar onde exerceu a função de piloto civil e conseguiu a patente de subtenente.

As obras de Saint-Exupéry sempre apresentam elementos da aviação e da guerra, por fazerem parte da sua vida estão sempre, mesmo que brevemente, em seus livros.

Além disso, também fazem parte de suas ilustrações.

O autor faleceu em uma missão onde seu avião foi derrubado, seu corpo nunca foi encontrado, mas, destroços do avião foram achados em 2004.

Suas outras obras

• O aviador;
• Correio do Sul;
• Voo noturno;
• Terra dos Homens;
• O pequeno Príncipe;
• Carta a um refém;
• Cidadela (póstuma).

Curiosidades sobre o livro e o autor

• O autor do livro também era um aviador na vida real, assim como o personagem do livro;
• O Pequeno príncipe é 3º livro mais lido do mundo e o 2º mais traduzido;
• A rosa foi inspirada em sua esposa e o nome do asteroide, na cidade natal dela;
• Na cidade em que sua esposa nasceu, os baobás também eram presentes na flora local;
• As ilustrações do livro foram feitas pelo próprio autor;
• Apesar de ser um livro francês, foi escrito nos Estados Unidos;
• Apesar de ser um livro de linguagem infantil, levanta questões bastante filosóficas;
• A obra foi finalizada às pressas, pois, Saint-Exupéry precisava de alistar nas forças armadas;
• O livro já foi traduzido para mais de 250 idiomas;
• Saint-Exupéry era um conde, pois, seus pais tinham título de nobreza;
• Os asteroides citados no livro existem na realidade;
• O autor trabalhou como aviador de correio e cargas antes de ser subtenente nas forças armadas.

Um pouco sobre o filme

Lançamento:	20 de agosto de 2015
Duração:	1 h e 47 m
Classificação:	Livre
Direção:	Mark Osborne
Roteiro:	Bob Persichetti e Antonie de Sant-Exupéry

O filme O pequeno Príncipe é um longa de animação e conta histórias dentro da história.

A primeira é sobre uma menina que se sente presa pela mãe e conhece a história do Pequeno Príncipe através do seu vizinho que a conta.

A segunda, é a história do livro animada para proporcionar maior conexão com a narrativa.

E a terceira é a continuação do filme quando as duas primeiras histórias se misturam e nos oferecem uma nova perspectiva.

A obra não é uma cópia fiel do livro e sim uma adaptação onde os animadores optaram por dividir bem cada parte do filme nos oferecendo uma visão sobre o mundo real que conhecemos e o mundo do livro.

O lúdico é algo que faz parte de todo o filme que foi perceptivelmente feito com bastante cuidado pelos produtores e animadores.

Quem não leu o livro consegue perfeitamente entender o filme, mas, para quem leu, é muito mais prazeroso assistir identificando as cenas e passagens.

Por ser lento, talvez as crianças se cansem e, com certeza, não conseguirão entender a carga filosófica que a história oferece. Saiba que o filme consegue captar a essência do livro.

A interpretação, é claro, pode variar conforme quem assiste e quem leu o livro. Vale a pena dedicar o seu tempo.

Frases famosas do livro

“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar”

“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças, mas poucas se lembram disso”

“É loucura odiar as rosas porque uma te espetou”

“As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes”

“Quando a gente anda sempre para a frente, não podemos mesmo ir longe”

“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”

“É bem mais difícil julgar a si mesmo do que julgar os outros. Se consegue fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio”

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”

“Só os caminhos invisíveis do amor libertam os homens”

“O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção”

“Para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores”

Como trabalhar O Pequeno Príncipe em sala de aula

O Pequeno Príncipe é um ótimo livro para trabalhar inteligência emocional, amadurecimento e outros aspectos da vida adulta em sala de aula com alunos de todas as idades.

Nossa sugestão é que você fuja da prova escrita convencional e elabore uma dinâmica interativa entre os alunos para diversificar a forma como as aulas acontecem.

Outra dica é trabalhar com o filme ou vídeos que podem ser encontrados no Youtube para que os alunos consigam se conectar mais profundamente com a narrativa.

Além de ser possível trabalhar em Literatura, acreditamos que em filosofia e Artes também seja uma ótima ideia.

E você, já leu O Pequeno Príncipe? Nos conte como foi sua experiência. Se ainda pretende ler, volte aqui e compartilhe sobre o que achou da leitura. Veja também nossa resenha sobre O Orfanato da Senhorita Peregrine para Crianças Peculiares.