Top 5 Melhores Livros de Ursula K. Le Guin Para Ler

Existe um grupo específico de leitores assíduos, que cresce cada vez mais à medida que as produções audiovisuais crescem: a ficção científica e a fantasia.

É fato que produções a esses gêneros existem há muitos e muitos anos, mas apenas recentemente recebeu a notoriedade e a popularidade que digamos que realmente merecem. Isso porque são obras que mexem como imaginário e é preciso uma grande criatividade para tal produzir.

Os livros de Ursula K. Le Guin, abordam sempre temas diversos e mirabolantes, trazendo elementos do romance, suspense, drama, etc., mas nunca sem perder a magia da ficção científica e da fantasia. Tudo sempre cheio de emoção e aventura.

Pensando em você que já conhece ou que pretende começar a ler histórias de ficção científica e aventura, nós do Café e Livro, trouxemos um top 5 livros da autora Ursula K. Le Guin, que com certeza vai te cativar e fazer se apaixonar.

O feiticeiro de Terramar

EM OFERTA O feiticeiro de Terramar: 1
O feiticeiro de Terramar: 1
Em O feiticeiro de Terramar, Ged tem sua jornada do herói, seguindo em busca da salvação do mundo de um mal que ele mesmo libertou acidentalmente em sua busca por provar seu valor.

O feiticeiro de Terramar faz parte de uma saga de seis livros chamada Ciclo de Terramar. Essa saga consagrou a escritora Ursula K. Le Guin como uma espécie de “rainha da ficção científica”.

A saga inspirou outras obras de outros escritores, como Harry Potter de J.K. Rolling e Piranese de Susanna Clarke, entre outros. Ciclo de Terramar é uma saga que conta com 6 livros e seu tempo de publicação levou de 1968 até 2001.

O primeiro volume dessa saga é justamente O feiticeiro de Terramar. Terramar é uma terra formada de arquipélagos, povoada por uma série de criaturas mágicas, como bruxas, feiticeiros, dragões, entre várias outras criaturas que encontramos em histórias de fantasia.

Nesse imenso arquipélago formado por ilhas muito destintas umas das outras, vive jovem Ged, que acaba de descobrir que possui um poder sobrenatural muito grande dentro de si, e com isso sescobre que ele é um feiticeiro.

Com isso, começa a grande jornada de Ged como aprendiz de feiticeiro, começando primeiro como aprendiz de um grande mestre dos magos e depois indo para a escola de magia de Terramar, onde jovens feiticeiros vão aprender e desenvolver sua magia.

Ao conviver com outros adolescentes, o jovem Ged, na sua inocência, tentando provar seu poder, liberta um mal terrível que quase destrói sua vida por completo.

Ged tem a missão agora de consertar o mal que ele mesmo causou.

Agora Ged terá que navegar por mares desconhecidos, enfrentar criaturas como dragões ancestrais, e até atravessar os portões da morte, para encontrar e enfrentar esse grande mal que ele libertou, antes que isso acabe com equilíbrio entre a luz e as trevas.

Quando decidiu escrever a saga Ciclo de Terramar, Ursula K. Le Guin não estava tão confiante, pois até então suas histórias tinham sido de ficção científica para adultos, e não histórias para crianças.

No entanto, após refletir ela percebeu que fantasia não é um gênero que tem um público alvo. É sempre um mundo novo que encanta pessoas de qualquer idade.

Foi então que ela pensou em um livro de fantasia que tanto crianças quanto adolescentes e adultos poderiam ler. Pegou um papel e começou a desenhar um grande mapa com um mundo repleto de ilhas, deu nome a cada uma das ilhas, e assim criou o mundo de Terramar.

A história tem também inspirações em elementos de algumas outras obras ficcionais, e a autora até pensou em incluir personagens como Gandalf ou Merlyn, retratando os icônicos personagens como jovens inexperientes. Daí surgiu o personagem Ged.

A pesar de tudo isso, Ursula não quis que sua obra se baseasse apenas em guerras entre reinos ou tivesse um super vilão disposto a acabar com o mundo todo, nem um protagonista super herói que sempre tira tudo de letra. Ged comete erros e sofre as consequências.

Outro ponto importante a se destacar é que a população de Terramar era constituído em sua maioria por pessoas de pele marrom e preta, coisa que na época do lançamento do primeiro livro era extremamente incomum nas obras já existentes.

A mão esquerda da escuridão

EM OFERTA A mão esquerda da escuridão
A mão esquerda da escuridão
Em A mão esquerda da escuridão, Genly Ai desempenha o papel de uma espécie de diplomata, enviado ao planeta Inverno para convencer os governantes dos continentes a se juntarem à organização e compartilhar conhecimento e tecnologia.

Antes de começar a falar qualquer coisa sobre A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula K. Le Gui, é muito interessante já começar mostrando a grandeza e a importância dessa obra, mostrando que o livro foi vencedor de prêmios literários como Nebula e Hugo.

O livro, a pesar de não ter sido escrito nem lançados nos dias de hoje, contém temáticas super atuais que valem a pena serem discutidas até hoje.

“A mão esquerda da escuridão” é mais um clássico da literatura de ficção cientifica, escrito por Ursula, e é extremamente amado por vários dos fãs desse estilo de escrita, sendo descrito por muitos como enriquecedor em vários aspectos.

No livro nós acompanhamos a história do protagonista Genly Ai, um enviado de outro planeta, que trabalha para uma instituição que acaba conectando vários planetas.

Essa instituição trabalha como se fosse uma espécie de ONU e serve como troca de conhecimento. Através dessa instituição, povos de planetas diferentes se conectam através de tecnologias.

E assim conseguem compartilhar entre si as várias outras tecnologias, culturas, conhecimentos e assim fazer com que rodos tenham uma evolução mais gradativa, mais linear e consigam compartilhar os seus saberes

Genly Ai está em um planeta chamado Inverno há um tempo, cerca de dois anos. Ele é muito ajudado por um primeiro ministro que tenta achar a melhor maneira de fazer com quem Genly Ai tenha uma conversa com o rei e o convença dos benefícios de se juntar a eles.

O trabalho diplomático Genly Ai não será nada fácil nesse planeta completamente estranho.

É importante lembrar que Genly Ai está em um dos três continentes deste planeta e que ele terá uma jornada longa e delicada para dialogar com os líderes dos três continentes em sua missão diplomática para convencer o planeta a se juntar à tal organização.

Também é importante salientar que existem conflitos internos dentro do planeta, entre os continentes, assim como existem conflitos e tensões entre países aqui no planeta terra.

O livro explora bastante aspectos da cultura, política e organização do planeta, principalmente do continente em quem Genly Ai se encontra no início. Ele mostra seus pontos positivos e negativos, como a escassez de recursos, graças a baixa temperatura do planeta.

Um ponto extremamente curioso e talvez um dos mais interessantes do livro, é que nesse planeta não existe sexualidade.

As pessoas são assexuadas durante um período do mês, até que em um determinado momento do mês elas desenvolvem partes intimas femininas ou masculinas para poderem se reproduzir.

Com isso, não existe casamentos ou relações conjugais muito grandes, a pesar de existir o amor e o respeito. Mas não existem relacionamentos monogâmicos como os que estamos habituados a ver na nossa realidade.

Como o nosso protagonista, Genly Ai é definitivamente um homem por 100% do tempo, nesse planeta ele é visto como uma anomalia, um distúrbio, algo depravoso. O que dificulta o seu trabalho ali, mesmo que as pessoas saibam que ele é um ser de outro planeta.

Mais uma vez Ursula K. Le Guin traz uma história à frente de seu tempo e faladando de temas que se hoje ainda são um tabu, naquela época não eram nem mencionados.

Vale lembrar que nesse livro ela faz uma sutil menção ao racismo, quando retrata a curiosidade das pessoas do planeta Inverno em relação a cor do protagonista Genly Ai, que tem a pele escura.

Floresta é o nome do mundo 

EM OFERTA Floresta é o nome do mundo
Floresta é o nome do mundo
Aqui em Floresta é o nome do mundo, os terráqueos são tidos como os verdadeiros vilões, colonizando e destruindo planetas indefesos, escravizando seus povos.

Assim como no livro citado anteriormente, “a mão esquerda da escuridão”, “a floresta é o nome do mundo” também se passa fora do planeta terra.

Aqui nesse livro nós vamos ter habitantes do planeta terra, ou seja, terráqueos, que já destruíram o nosso mundo e estão agora que estão em outros planetas, destruindo e acabando com os recursos naturais dessas novas terras também.

Nos diferentes capítulos, nós acompanhamos uma história em terceira pessoa que nos mostra um ponto de vista e contextos de personagens diferentes.

Já começamos conhecendo o Davidson, que é um personagem, digamos que horrível. Ele é um dos terráqueos presentes em um grupo que está colonizando o planeta em questão.    Começamos a história por aí, através dele.

Só lá para o quarto ou quinto capítulo o leitor consegue começar a se situar e entender o mundo ao qual está inserido, pois é uma característica da Ursula K. Le Guin traz não entregar de cara todos os elementos e informações sobre o universo no qual está a história.

Aqui o verdadeiro vilão é o ser humano.

Aos poucos, durante diálogos por exemplo, é que nós conseguimos pegar uma característica de um certo povo alienígena ou de algum aspecto dos próprios colonizadores, ou até mesmo suas estratégias e propósitos.

A autora não faz a menor questão de entregar nada de mão beijada para o leitor. Nenhuma informação vai de forma aleatória ou “se graça”, não ache que as coisas vão vir explicadas para você nesse livro, a sua imaginação e poder de captação fará todo o trabalho.

Nesse primeiro momento em que começa a colonização, esse planeta recebe um grupo de 200 mulheres, e então os terráqueos podem começar a reproduzir para dar início a colonização do lugar.

O personagem Davidson é um personagem que se preocupa apenas com o progresso pelo progresso, logo, ele só pensa em instaurar um capitalismo ali.

Ele só se preocupa em extrair todos os recursos que puder, seja derrubando árvores, extraindo minérios ou qualquer outra coisa que se possa aproveitar para desenvolver o agro negócio daquele lugar.

Por outro lado, existe um outro grupo de terráqueos ali que são antropólogos. E sua única função e interesse ali é o de estudar o lugar, a sociedade e os humanoides originários que já viviam ali antes da chegada de todos esses humanos.

O leitor, inevitavelmente se apega e toma uma empatia maior com um grupo de habitantes alienígenas desse planeta, os astreanos. Esses seres são descritos como homenzinhos verdes e peludos, com metade da altura de um ser humano terráqueo adulto comum.

Estes seres têm um estio de vida um tanto peculiar, considerando que eles são naturalmente bons e se organizam sem a necessidade de um governo, líder ou soberano.

Eles estavam ali em seu planeta, sem imaginar que existisse outra forma de se viver, muito menos outo tipo de ser vivo pensante, com índole e caráter tão diferentes. O povo que eles chamam de “yumanos”. Povo esse que chega e os escraviza.

Vale lembrar que não é apenas o personagem Davidson que ganha destaque na história.

As Tumbas de Atuan

EM OFERTA As tumbas de Atuan (Ciclo Terramar – Livro 2): Ciclo Terramar 2
As tumbas de Atuan (Ciclo Terramar – Livro 2): Ciclo Terramar 2
Em as tumbas de Atuam, A continuação de “O feiticeiro de Terranar Tem uma heroìna completamente fora da curva para o nosso deleite. Tenar é a herdeira de um a sacerdotisa. Ela nunca pediu por isso, mas agora o fardo caiu sobre suas costas e “As Tumbas de Atuam” são responsabilidade completamente dela.

As Tumbas de Atuam é um lançamento de 2017, da editora de livros Arqueiro e é o segundo livro do “Ciclo Terramar” de Ursula K. Le Guin, que já citamos acima.

O segundo livro é menor, comparado ao primeiro, então você leitor pode esperar uma história relativamente pequena. Mas a notícia boa é que a autora Ursula Le Guin tem o dom e a maestria de compor universos inteiros e detalhados, detalhados em poucas palavras.

O importante a ser pontuado aqui, para que já haja um esclarecimento prévio, é que “As Tumbas de Atuan” não é exatamente uma continuação de “O feiticeiro de Terramar”.

A narrativa não vai ser pautada em uma continuação, do livro anterior, muito menos seguir do ponto onde o “O Feiticeiro de Terramar” parou.

A autora já explicou que ela escreveu “O Feiticeiro de Terramar” inicialmente planejando que fosse algo único e que só depois teve a ânsia de escrever mais sobre esse universo.

No final do livro ela deixou algumas dicas do que ele viria a viver, e foram elas que usou isso para dar continuidade.

Nesse segundo livro, “As Tumbas de Atuam”, nós leitores acompanharemos muito mais de perto a personagem feminina, que por sinal está estampada na capa, chamada Tenar.

Tenar é a herdeira de uma sacerdotisa.

No livro, existe uma lenda envolvendo o Templo de Atuam. Este templo tem uma sacerdotisa e sempre que essa sacerdotisa morre, eles precisam buscar e encontrar a sua herdeira.

E a lenda diz que a herdeira da sacerdotisa é sempre uma menina que nasceu no mesmo dia e mais ou menos exatamente na hora em que a sacerdotisa do Templo de Atuam morreu.

Tenar é uma heroína incomum e totalmente fora da curva.

Então eles saem em busca, acham, e quando esta criança está com cerca de cinco ou seis anos de idade eles a tiram de sua família para começar a ser treinada como sacerdotisa para ocupar seu papel com uma certa idade e preparo.

Ela dará suas ordens sobre o templo e será responsável por uma série de coisas como a própria segurança do lugar, protegendo sua integridade. E nunca reporta ao rei, pois se trata de uma autoridade independente de um lugar independente, que é o Templo de Atuam.

No mapa de Terramar, Criado Por Ursula K. Le Guin, é possível ver todo o território comandado pela sacerdotisa. Sua casa, as Tumbas de Atuam e até o labirinto logo abaixo. E Isso também é ilustrado no livro.

No livro, essa menina tem de descobrir e aprender tudo praticamente sozinha, pois as pessoas tem medo de entrar nos labirintos, nos templos e tantas outras coisas sagradas, não restando alguém para lhe ensinar tudo o que ela deve fazer.

Um dia ela vai entrar encontrar o protagonista do livro anterior, o Ged, ou Gavião, como ele passou a ser chamado, dentro de uma dessas tumbas.

O problema começa por ele ter levado uma luz lá para dentro, coisa considerada um ato horrível ali, pois é terminantemente proibido levar luz para dentro das tumbas.

Entretanto, Ged não tem um protagonismo tão forte aqui nesse segundo livro, pois ele só aparecera muito mais pela frente. Mas há uma explicação do motivo de ele estar ali que se encaixa com um elemento do livro anterior.

A curva do sonho

EM OFERTA A curva do sonho
A curva do sonho
Em “A curva do sonho”, o Dr. Haber se aproveita do poder que George Orr tem de mudar a realidade através dos seus sonhos para moldar o mundo à sua maneira. O problema é que as “soluções” não são tão simples assim.

O livro “A curva dos sonhos” foi escrito por Ursula K. Le Guin e publicado nos Estados Unidos em 1971. Ele conta a história de George Orr, um homem aparentemente comum, mas que possui um poder fantástico: os seus sonhos são capazes de alterar a realidade.

Ele descobre isso quando acaba acidentalmente matando uma tia sua. George Orr sonhou que sua tia havia sofrido um acidente de carro e quando acordou, descobriu que isso de fato aconteceu. 

Completamente apavorado com essa capacidade que acabou de descobrir, ele acaba por procurar um psiquiatra, o Dr. Haber. A ideia de George Orr é conseguir remédios que inibam a sua capacidade de sonhar.

Entretanto, o Dr. Haber fica seduzido por esse poder imenso. E através de hipnose vai passar a controlar os sonhos de George, modificando o mundo de acordo com suas vontades e caprichos.

O que fica aparente nesse livro é que a autora quer passar a imagem de que nossos sonhos, de fato têm o poder de alterar a realidade em que vivemos. Não de forma direta, como no livro, mas maneira muito mais sutil e abstrata no nosso próprio mundo.

A final de contas, os sonhos são poderosos! Tudo nasce a partir de um sonho, uma ideia. E assim a realidade tal qual a conhecemos está sempre sendo definida e alterada pelo sonho de alguém.

O Dr. Haber é um médico sem escrúpulos, que vai usar o poder de George a seu favor.

E de maneira indireta ela nos mostra que assim como George Orr no livro, nós muitas vezes permitimos que outras pessoas comandem nossos sonhos.

Assim como George permite que o Dr, Haber controle os dele, porém em um sentido literal, nós permitimos que isso seja feito conosco pelo nosso meio social, mídia, família, etc.

Mas esse não é o único tema tratado no livro. Ursula Le Guin trata também da nossa relação com o poder, ao descrever que a principal característica do poder é justamente a sua impossibilidade de êxito, sendo nunca o suficiente e nos dando a sensação de querer mais.

Ela trata também de machismo, ao criar uma personagem feminina que constantemente é menosprezada e ignorada durante a sua narrativa.

E fala de forma assertiva, porém muito sensível dobre questões raciais. Como em um determinado momento em que o Dr. Haber sugere para o George, através da hipnose, que ele elimine do planeta conflitos de fundo racial.

Sendo assim, subitamente as pessoas passam a ter uma única cor de pele, com um tem acinzentado. Só que com isso, todas as pessoas que antes tinham a pele negra, simplesmente deixam de existir.

É óbvio que nesse contexto que se cria no livro, o mundo nunca a melhorar de fato, pois não existem soluções simples. O que leva o leitor a refletir instintivamente sobre isso.

E essa é uma ideia bastante trabalhada pela autora, inclusive em outras de suas obras.

Quem é a escritora Ursula K. Le Guin

A escritora Ursula K. Le Guin, nasceu em 21 de outubro de 1929, em Berkeley, no estado da California, Estados Unidos e morreu em 22 de janeiro de 2018, em Portland, no estado de Oregon, também nos Estados Unidos.

foto em preto e branco de Ursula K Le Guin sentada, com braços cruzados
Marian Wood Kolisch, Oregon State University, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Ela foi casada como o historiador Charles A. Le Guin, desde o ano de 1953 e teve 3 filhos: Elisabeth Le Guin, Theo Downes-Le Gui e Caroline Le Guin.

Antes de ler um determinado autor, é sempre bom saber um pouco mais sobre ele, para que possamos compreender e captar melhor a ideia proposta na obra e a alma do autor contida ali.

Nesse caso, estudaremos um pouco sobre Ursula k. Le Guin, que se consagrou sendo uma escritora fantasia e ficção científica.

Estudar sobre Ursula Le Guin como profissional é, antes de mais nada, saber que ela era uma autora que amava o tempo inteiro desafiar o status cor da época.

Isso significa que ela usava de suas obras como uma forma de desafiar o contexto e o cenário literário em que ela vivia no momento em que ela escrevia uma determinada obra.

Existem três exemplos muito claros:

O primeiro é em “O feiticeiro de Terramar”, onde ela tem uma possível inspiração na obra de J. R. R. Tolkien, onde um protagonista heróis segue em uma jornada para salvar o mundo, com uma missão perigosa e importante.

No entanto, ela vai contra a escolha de um personagem branco, que corresponderia às expectativas e agradaria a maioria, e o coloca como um homem negro.

Porém, isso nunca foi um ponto chave do livro. Ela apenas coloca como um elemento de composição do personagem. Prova disso é que a cor de Ged só é citada em um momento bem mais avançado do livro.

O leitor já está bem envolvido com o personagem antes de saber a cor da sua pele.

A segunda coisa foi ter colocado no livro seguinte, “As Tumbas de Atuan”, uma protagonista mulher.

Até podiam ter protagonistas mulheres naquela época, mas Ursula disse que as mulheres sempre eram caracterizadas com traços masculinos e desempenhavam papeis mais masculinizados, como guerreiras que lutavam em batalhas, para só assim serem vistas como fortes e capazes.

Diferente de Tenar, que é uma protagonista mulher e desempenha um papel mais “feminino” na sociedade em que estava inserida, mas isso não a fez menos forte ou menos importante para a sociedade ou a narrativa da história.

Vale lembrar que esse livro veio dos anos 60, época em que as mulheres eram bem mais desvalorizadas que hoje e precisavam se masculinizar para serem vistas e respeitadas.

O terceiro aspecto revolucionário de Ursula Le Guin em sua obra, é que em quase todas as obras de ficção e fantasia, havia sempre o bonzinho e o vilão, o exercito bom e o exercito inimigo. E ela chegou a dizer que nunca gostou dessa coisa de guerra.

Isso porque quando se trabalha com guerras, se tratando de nós (o bem) contra eles (o mal), isso limita a complexidade ética e a riqueza moral do ser humano em apenas dois polos: o sim e o não. O que ela considerava ridículo.

Ela considerava muito mais interessante os conflitos internos, os conflitos do coração do que necessariamente batalhas entre o bem e o mal.

E é exatamente isso que ela propõe em seus livros.

Mas e aí, o que achou dos cinco livros listados? E o que achou dessa grande autora?

Teremos o maior prazer em ouvir seus pensamentos

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