Os 18 Melhores Livros de Investigação Criminal – Reais e Ficção
Se filmes e séries de investigações criminais já são bons, imagina só um livro cheio de detalhes e informações impossíveis de serem colocadas nas telinhas, como pensamentos dos personagens e descrições de ambientes.
Às vezes é bom dar um tempinho das histórias de fantasia, dos romances clichês e das leituras mais sérias, e ir distrair a mente com tramas intrigantes e cheias de reviravoltas, que te prendem do início ao fim e demoram para serem esquecidas. Isso se você conseguir.
Seja real ou fictícia, a verdade é que qualquer pessoa que ler um romance de investigação ou livro de relatos dessa natureza, dificilmente não vai gostar
Sendo assim, se você já é fã do gênero ou está querendo começar um estilo novo de leitura, hoje nós do Café e Livros vamos trazer para você, os 8 melhores livros de investigação criminal, divididos em histórias reais e de ficção.
Histórias reais
Mindhunter: O Primeira Caçador de Serial Killers americano – John Douglas & Lucas Peterson
Quem gosta de séries de TV sobre investigação criminal, com certeza já ouviu falar na série Mindhunter, lançada pelo serviço de streaming Netflix. Bom, se você ainda não sabe, essa série é baseada nesse livro que vamos falar agora.
Um dos autores desse livro, John Douglas, trabalhou pro nada menos que 25 anos no FBI e participou de um momento muito importante da criminologia nos Estados Unidos, ou seja, é claro que tem muita coisa boa aí.
John Douglas foi muito importante nesse cenário, pois ele foi responsável por revolucionar os modos de rastreamento e captura de assassinos em série, desenvolvendo métodos para desvendar como funciona a mente de um serial killer. O próprio termo surgiu aí.
Ele fez parte de um projeto muito importante responsável por mudar a maneira de pensar nos crimes e nos rumos das investigações.
Ele entrevistou e estudou diversos criminosos, assassinos, maníacos sexuais, torturadores e serial killers como Ted Bundy, Ed Kemper e até mesmo o Charles Manson.
O interessante é que aqui nesse livro nós não temos apenas um caso de serial killer.
Nós acompanhamos a narrativa de um homem que sentou frente a frente com alguns dos criminosos mais temidos da história e praticamente tomou a frente para estudar e entender o que se passava na mente dessas pessoas.
Ele diz sempre ter se interessado pelos processos de pensamentos envolvidos no crime, sempre perguntando ao prender alguém, os motivos de ter escolhido um determinado local e não outra, aquela determinada vítima e não uma outra.
E foi com isso que ele acabou indo para no terreno da ciência comportamental do FBI e viveu o que foi a parte mais importante de sua carreira.
No livro, John Douglas chega citar que os grandes chefões do FBI não gostavam muito essa modalidade da psicologia, pois a consideravam uma ciência fraca e que aplicar isso nas investigações dos crimes era uma besteira.
Ele conta que começaram com estudo de reféns e apenas alguns anos depois começaram a fazer encenações de negociações com reféns.
Ele gostava de trabalhar tanto com a equipe de homicídios quanto com a equipe legista, mas preferia mesmo a parte psicológica do que se passava por trás da mente daqueles assassinos e tinha um interesse pedagógico nos crimes.
A primeira entrevista que John Douglas fez, que também é a primeira citada no livro, é com Ed Kemper.
Ed Kemper tinha histórico de família disfuncional e tortura e outras crueldades com animais. Foi mandado para a casa dos avós, onde ele ficava totalmente solitário e isolado. E aos 14 anos ele matou a própria avó e em seguida o avô.
Ele foi diagnosticado posteriormente com transtorno de personalidade passivo agressiva e foi internado em um hospital psiquiátrico, onde ficou até seus 21 anos.
Em 1972, ele deu carona para duas colegas de faculdade, matou as duas e daí então não parou mais.
O resto da história de Ed, o estudo de sua mente e de tantos outros estudados por John Douglas, você terá que ler o livro para descobrir.
A Sangue Frio – Truman Capote
Essa obra foi chamada pelo autor, Truman Capote, de romance de não-ficção, ou seja, a história é real, mas em alguns pontos o autor tomou a liberdade de adicionar elementos e\ou mudar pequenos detalhes para incrementar a sua narrativa.
Trata-se de um crime de assassinato real que aconteceu no ano de 1959, em uma cidade pequena e pacata no estado do Kansas, EUA, chamada Holcomb.
As vítimas foram da família Clutter, composta por um pai, uma mãe e um filho e uma filha adolescentes, que foram assassinados de uma só vez de maneira brutal.
É claro que um crime dessa natureza, em uma cidade pequena onde quase não acontece nada, chocou a todos que viviam ali, não só na cidade como nas regiões próximas.
O caso foi manchete de vários jornais da época e chamou a atenção do escritor Truman Capote, que é autor também do mundialmente famoso “Bonequinha de Luxo”.
Ao tomar conhecimento daquele crime tão chocante ele viu ali a oportunidade de explorar a história em seu novo trabalho.
E foi aí que ele diz ter criado o gênero de romance de não-ficção. Entretanto, há controvérsias quanto a isso, pois há quem diga que ele não foi responsável por criar o gênero, e sim por aprimorá-lo.
De qualquer forma, o livro “A Sangue Frio” entrou para a história da literatura e do jornalismo dos Estados Unidos de uma só vez, justamente por juntar os dois de uma forma tão bem feita.
Truman Capole, afim de se aprofundar no caso e pesquisar ao máximo para seu livro, se deslocou para essa cidade e começou uma série de entrevistas, chegando a entrevistar até os assassinos da família Clutter.
Mas Capote não apenas escreveu relatos de uma investigação, reunindo pistas, depoimentos e próprias conclusões tiradas. Ele reuniu e misturou elementos da literatura com os do jornalismo.
Um exemplo disso é a forma como cada um dos personagens retratados na história tem um desenvolvimento psicológico muito profundo, inclusive os dois assassinos.
Mas calma aí, que citar os dois assassinos aqui não é nem um spoiler, já que Truman Capote escolhei contar, logo de cara, na capa do livro, que os dois assassinos foram logo descobertos, julgados e condenados à morte.
Exatamente como em qualquer romance ficcional, “A Sangue Frio” é repleto de diálogos profundos e muito bem desenvolvidos e cenas perfeitamente detalhadas.
O que faz o leitor se questionar se realmente se trata de uma história real, já que aquilo parece ter saído de um filme.
E isso de fato foi desacreditado por um tempo, pois muitas pessoas, principalmente alguns desafetos do autor, diziam se tratar de uma história que Capote inventou usando apenas alguns detalhes da história real.
Mas a verdade é que Truman Capote levou anos para finalizar esse trabalho, fazendo diversas entrevistas com todos os envolvidos na história desse crime.
Então é claro que a ao final, ele já estava inteiramente envolvido com tudo aquilo e conhecendo muito bem os detalhes.
Sendo assim, para os amantes de histórias de crimes reais, mas que não curtem muito o formato jornalístico como essas histórias geralmente são contadas, esse livro é verdadeiramente um prato cheio.
Lady Killers – Tori Telfer
Para os fãs de histórias reais de serial killer, esse livro é um prato cheio, pois traz para nós uma coletânea com histórias de algumas da mais cruéis e perversas mulheres serial killers.
Vale ressaltar que todas as histórias relatadas nele são reais e ocorreram ao longo da história.
É muito comum que ao ouvir falar em histórias de serial killers, nós automaticamente atribuímos a figuras masculinas perversas e psicopatas, mais precisamente homens loucos que atacam mulheres indefesas e deixam um rastro de corpos por onde passam.
Entretanto, não parece curioso o fato de que nós quase não ouvimos falar sobre mulheres serial killers?
Isso não acontece por elas não existirem, e sim pela sociedade desde sempre ter se negado a acreditar que mulheres seriam capazes de atos perversos como esse, pois as mulheres sempre foram vistas como o sexo frágil, delicadas e amáveis.
E isso era de tal forma, que quando maioria doas crimes dessa natureza, cometidos por mulheres, eram descobertos, eles eram desacreditados e justificados como stress, hormônios, amores não correspondidos e outros argumentos do tipo.
Graças a romantização das histórias desses crimes ediondos com corações partidos e uma sensualidade exagerada, historicamente esses assassinatos foram deixados de lado e com o tempo caíram no esquecimento.
E justamente por pensar nisso, a autora Tori Telfer foi em busca dessas histórias e reuniu nesse livro, 14 dessas mulheres, expondo para nós as suas vidas e os seus crimes, tornando mais conhecida essa parte da história que foi apagada.
Algumas dessas mulheres conseguiram ser tão (ou mais) perversas e cruéis quanto os mais famosos serial killers que se tem conhecimento hoje em dia.
Ao decidir ler “Lady Killers”, você pode achar que a autora reuniu apenas os casos mais famosos, os que já ouvimos falar, e se você for um entusiasta de narrativas como estas, pode achar que irá apenas reler as histórias que já conhece. Mas não vai ser bem assim.
Alguns dos casos são muito antigos e até esquecidos, mas ainda muito interessantes.
Tori Telfer se aprofundou muito bem em sua pesquisa, e é possível que mais de 50% dos casos contidos no livro sejam ainda desconhecidos para você, o que pode, com certeza, tornar a leitura muito mais interessante e instigante.
Nessa escrita ela consegue transportar o leitor para dentro da vida dessas mulheres, assim conseguimos compreender os seus ambientes, suas circunstâncias e em alguns casos, até os seus motivos.
Ela relata que não sentimos simpatia, mas em alguns momentos podemos sentir empatia. Mas Tori Telfer não comete o erro de romantizar as histórias apenas por se tratar de figuras femininas como figuras centrais.
O livro atua como uma espécie de documentário da vida e dos crimes dessas 14 mulheres.
Mas não ache que para por aí, pois no final ainda temos uma espécie de bônus, com histórias mais curtas de outras 14 mulheres.
Esse é o primeiro trabalho publicado da escritora e editora, mas seu trabalho já era conhecido antes do livro “Lady Killers”.
Histórias de ficção
Um de nós está mentindo – Karen M. McManus
Esse livro ganhou mais fama recentemente, graças ao lançamento de sua adaptação em formato de série pelo serviço de streaming Netflix.
Algumas pessoas comparam sua premissa ao famoso filme “Clube dos 5”, de 1985, do direto John Hughes. Mas não se engane, pois esse livro vai muito além disso.
Se você gosta de uma história complexa, cheia de pontos de vista e com final imprevisível, essa aqui com certeza vai te prender.
Esse livro da autora Karen M. McManus é um high school thriller que começa com 5 alunos indo cumprir detenções na sala de um professor.
Desses 5 alunos, 4 deles têm um perfil que definitivamente não combina com detenção.
O único deles que, pode se dizer, que é uma presença aceitável ali na detenção, é um garoto chamado Nate Macauley, por ser o típico aluno problemático.
Na verdade, o perfil de Nate vai além de um simples aluno problemático, pois ele está em liberdade condicional, graças a condenação por porte de drogas.
Já os outros quatro alunos que estão ali cumprindo detenção têm perfis diferentes, que por sua vez, não têm absolutamente nada a ver um com o outro.
Temos a Brownyn Rojas, que é o tipo de aluna certinha, super inteligente. A aluna exemplar que tira ótimas notas e faz parte do clube que disputa as olimpíadas de matemáticas.
Tem também o Cooper Clay, que aparentemente é o aluno com o futuro mais promissor dessa escola, já que ele joga basebol muito bem e pretende conseguir uma bolsa nas melhores faculdades.
Não pode faltar em uma história como essa uma personagem como a Addy Prentiss, que é a menina aparentemente perfeita, sempre linda, rainha do baile. Entretanto, sua vida gira em torno de seu namorado, atleta jogador do time de futebol da escola.
E o último dos cinco personagens centrais da história é o Simon Kelleher: um garoto excluído e bem solitário, que tem um aplicativo onde ele expõe todos os podres e segredos do pessoal do colégio e todos morrem de medo de ir parar lá, já que quase sempre são histórias reais.
Até aí nada de diferente de histórias clichês que já estamos cansados de ver, não é mesmo?
Mas não se engane. A vida deles vai mudar completamente, pois desses 5 alunos cumprindo detenção na sala, apenas 4 vai sair dela com vida.
Um dos 5 jovens ali morre e a polícia, ao investigar, descobre que todos os outros 4 são suspeitos, pois todos eles teriam motivo para assassinar a vítima.
Nesse tempo, com interrogatórios, assédio da mídia local e olhares tortos na escola, os quatro suspeitos se aproximam e viram amigos.
O que torna esse livro tão interessante é que cada um dos quatro tem uma versão diferente dos acontecimentos.
Isso faz com que o leitor não consiga largar o livro, ficando completamente envolvido com o mistério e tentando a todo momento descobrir quem matou o(a) quinta pessoa daquela sala.
É muito fácil desconfiar de todos eles, graças a como a história vai sendo contada. Isso torna o suspense ainda maior.
Além dessa trama central do assassinato, o leitor é inserido nas vidas pessoais dos personagens, além de conter temas sensíveis como questões sociais.
Não Confie em Ninguém – Charlie Danlea
De Charlie Danlea, o mesmo autor de “A Garota do Lago” e Deixada Para Trás”, temos o livro “Não Confie em Ninguém”.
Nele nó conhecemos Grace Sebold, que está presa por 10 anos, acusada de matar o namorado.
O tal assassinato aconteceu em uma ilha do Caribe, onde eles estavam passando um fim de semana, para o casamento de um casal de amigos dos dois.
Lá, após o namorado de Grace cair de um penhasco, todas as provas da morte dele apontavam para ela como a culpada.
Nós conhecemos também uma mulher chamada Sidney Ryan, que é um cinegrafista que produz documentários e trabalha para um canal de TV.
Sidney foi responsável por fazer alguns documentários investigativos sobre alguns crimes que acabaram reabrindo casos de pessoas que já estavam condenadas e presas, e graças a isso foram novamente julgadas e inocentadas por falta de provas ou erros nas investigações anteriores.
Após passar muito tempo tentando contato com Sidney, Grace finalmente tem sucesso e a cinegrafista finalmente vai ouvir a moça.
Felizmente, para Grace, Sidney se interessa bastante pelo caso e logo a princípio, nas suas investigações, ela começa a perceber que existem coisas muito controversas nas investigações desse crime.
Isso faz com que ela se aprofunde ainda mais na investigação e vá encontrando cada vez mais pistas e detalhes que ninguém nunca se atentou ou trouxe átona e que pode levar essa história para outros rumos.
Com diversas falhas no inquérito, fica óbvio que a condenação de Grace foi injusta e que algo ali não cheira bem.
Como há bastante material para ser explorado e o caso realmente vale a pena ser documentado e exibido, documentário é gravado e vai ao ar.
E assim que os primeiros episódios da série documental vão ao ar, o público vai a loucura e todos ficam extremamente interessados pelo caso que já atinha sido muito falado no passado e agora volta a estar em evidência.
Até aqui tudo parece correr bem e a história desse livro não tem nada de mistério, tampouco de suspense, e poderia muito bem ser só mais um livrinho bobo e previsível, não é mesmo?
Mas não é esse o caso.
Tudo vai muito bem. O documentário é um sucesso, os chefes de Sidney estão contentes com os resultados e o público pede para que o inquérito do caso de Grace seja reaberto.
É aí que Sidney recebe uma carta anônima que diz para ela prestar muita atenção e ficar com os olhos bem abertos, pois ela pode estar sendo enganada por uma assassina.
E é aí de fato que o livro começa, pois Sidney, ao ficar intrigada com esse “recado”, resolve investigar o passado de Grace e descobre fatos curiosos e até assustadores.
O livro “Não Confie em Ninguém” foi publicado recentemente, em 2018, e tem todos os elementos que um bom livro sobre investigação criminal precisa ter.
Ele é enérgico, intrigante e consegue segurar o suspense muito bem sem deixar a leitura maçante e cansativa.
O leitor não consegue perceber o tempo passar, de tão preso ao livro.
O Nome da Rosa – Umberto Eco
A história desse livro se passa por meados dos anos 1300, dentro de uma abadia.
Nesse momento está acontecendo um concílio, uma espécie de reunião de autoridades do sacerdócio que visa debater e decidir questões pastorais.
Sendo assim, aqui não temos apenas a presença dos monges na abadia, mas também membros religiosos de diversos setores da igreja católica.
Para acabar de completar, há uma série de crimes acontecendo ali, pois esse mosteiro é um mosteiro especial; nele está a maior biblioteca da cristandade.
Só aí já temos o cenário perfeito para qualquer história de investigação criminal, não acha?
É importante enfatizar que na época em que essa história se passa, a biblioteca era diferente do formato de bibliotecas que conhecemos hoje.
Isso porque o conteúdo de bibliotecas desse tipo era de certa forma secreto, já que o conhecimento era mantido e não podia ser compartilhado.
O livro se inicia com a chegada do frade franciscano britânico, Guilherme. Um frade que já é um senhor de uma certa idade, que está levando junto um ajudante chamado Adso.
Adso é um jovem de família muito rica e que está em busca de conhecimento e para isso está ao lado desse frade que está ali para investigar os assassinatos que estão ocorrendo na abadia.
Além de acompanhar as investigações acerca dos assassinatos ocorridos naquele local que deveria ser um lugar santo e livre de pecados, o leitor e trazido também para as discussões que giram em torno de temas teológicos e filosóficos no concílio.
Uma das mais interessantes gira em torno do riso. Eles debatem se Jesus ria ou não. Alguns defendem que sim e outros defendem que não. Mas sempre com argumentos muito bem profundos e embasados filosoficamente.
O conteúdo do livro é extremamente abrangente, chegando até a citar a poética de Aristóteles.
Mas não ache que a narrativa é chata ou que a escrita é rebuscada demais.
O livro consegue conversar muito bem com o leitor. Prova disso são suas adaptações.
Além disso, o autor consegue transportar o leitor para a Idade Média, graças ao seu trabalho minucioso de reconstrução daquela atmosfera medieval através da escrita.
Um detalhe muito interessante desse livro é o sobrenome do frade Gulherme, que se chama Guilherme Baskerville, assim como a família tema do livro “O Cão dos Baskervilles”, de da série de Sherlock Holmes, escrita por Sir Artur Conan Doyle.
Assim como o nome Adson, que tem sua fonologia semelhante ao nome Watson, companheiro de Sherlock.
Sendo assim, reunindo essas duas informações e juntando com o fato da história do livro se tratar de uma investigação criminal, fica bem evidente a homenagem ao detetive mais famoso do mundo: Sherlock Holmes.
Esse é um daqueles livros que lemos e depois nos perguntamos porque demoramos tanto tempo para isso.
A evidente inteligência do autor ao não só criar a história, mas também como ele consegue desenvolver, faz com que esse seja um trabalho simplesmente genial.
Ele é um livro que serve e agrada tanto o leitor mais inexperiente e que está chegando agora nesse universo literário, quanto aquele mais experiente e que gosta de ir em busca de mais informações do contexto histórico.
O Assassinato de Roger Ackroyd – Agatha Christie
Agora vamos para um clássico da grande, e talvez, maior escritora de romances policiais, Agatha Christie. Recomendada sempre para quem está pretendendo criar o hábito da leitura, pois seus livros são extremamente bem escritos e suas tramas sempre muito envolventes.
A trama do livro se passa em uma vila britânica chamada King’s Abbott. E lá vive um milionário, dono de várias posses, chamado Roger Ackroyd.
Uma mulher com quem ele havia se relacionado recente mente, chamada miss Ferrard, havia tirado a própria vida. E isso se tornou alvo de muitos comentários e fofocas nessa vila.
Pouco tempo depois ele revela uma carta que mostra que o motivo do suicídio se deu pois ela vinha sendo muito chantageada.
Entretanto, após revelar essa carta, Roger morre de maneira extremamente misteriosa, no próprio quarto.
Como ele era um homem muito rico, morando em uma mansão enorme e com vários empregados, é claro que diante de um acontecimento como esse, as suspeitas vão cair sobre os empregados que trabalham na mansão.
E como um bom clássico de mistério envolvendo um assassinato, o principal suspeito à princípio é o mordomo do senhor Roger Ackroyd.
Existe também a personagem chamada Caroline, que assim como em quase todas as obras de Agatha Christie, encarna o papel de uma personagem que representa o leitor.
Isso quer dizer que, assim como nós leitores, ela está interessada em desvendar o caso. Ela representa a nossa curiosidade perante os fatos busca desvendar os mistérios.
Mas não é ela a principal responsável por investigar o caso, e sim o detetive investigador Hercule Poirot, que estava coincidentemente nas redondezas.
Eles dois têm a ajuda do médico local James Sheppard, que estava na mansão horas antes do assassinato e está livre de acusações, pois ao sair de lá deixou o homem vivo, e que por sua vez, é quem narra todo o livro em primeira pessoa.
O livro segue uma série de acontecimentos e reviravoltas surpreendentes, em uma atmosfera impecável de mistério, até chegar ao tão esperado desfecho.
Todas as revelações a respeito do caso são feitas de maneira muito criativa e Agatha consegue construir as cenas de maneira magistral.
Assim como todas as histórias criadas e escritas pela autora Agatha Christie, esse livro é extremamente envolvente e consegue segurar a atenção do leitor até o último momento.
O desfecho não é nada óbvio, então não ache que por se tratar de um clássico, vai ser clichê e previsível.
Agatha Christie teve uma carreia muito longa como escritora, o que fez com que ela publicasse um número muito grande de livros ao longo de sua vida.
De acordo com o site oficial, ela tem em sua autoria mais de 150 contos policiais, 66 romances e dezenas de peças de teatro, sendo uma delas, “A Ratoeira”, a peça de teatro a mais tempo em cartaz na história.
Mesmo tendo sido publicado pela primeira vez há quase um século atrás, em 1926, esse livro envelheceu muito bem e continua sendo uma ótima opção de leitura, pois tem uma linguagem muito simples e acessível, o que o torna muito fácil de entender.
O Desaparecimento de Stephanie Mailer – Joël Dicker
O escritor Joël Dicker já era bastante conhecido, graças ao sucesso de seu livro “A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert”, mas “O Desaparecimento de Stephanie Mailer” supera quaisquer expectativas que você possa ter a respeito desse autor.
A história já começa com o leitor sabendo logo de cara que houve um massacre na casa do prefeito. Quais são as chances de um livro que começa assim ser ruim?
Essa chacina acontece na casa do prefeito de uma pequena cidade dos Hamptons, chamada Orphea e a partir daí o leitor começa a esperar pelo que vem por aí.
Isso porque a informação que temos é de que não só as três mulheres que estavam na casa foram mortas, mas também uma outra mulher que praticava exercícios nas redondezas, provavelmente por ter visto o assassino.
A partir daí, tomamos conhecimento dos diversos pontos de vistas de pessoas diferentes ao longo do livro.
Convenientemente para a trama e agonizante para nós leitores, todos são suspeitos.
Esse crime ocorre em 1994, justamente enquanto acontecia um festival de teatro que a cidade promoveu com o intuito de estimular o turismo na cidade.
Tudo parecia correr como o planejado, as divulgações pareciam ter funcionado, a mídia só ia falar isso e consequentemente, o turismo na cidade ia aumentar. Todos estavam muito ansiosos para o festival.
Daria tudo certo, se não fosse esse crime brutal que aconteceu justo no dia da estreia e roubou toda a atenção, inclusive da mídia.
Os policiais responsáveis por esse caso, após ouvir diversas testemunhas, investigarem os locais dos assassinatos, chegaram a um culpado, o prenderam e estava tudo resolvido.
A vida na cidade podia finalmente continuar. Estava tudo acabado, certo?
Errado.
Nada nesse livro realmente é o que parece.
Uma mulher chamada Stephanie Mailer, procura os tais policiais que foram responsáveis por essa investigação, em 2014, 20 anos depois, para lhes dizer queles prenderam homem errado.
Segundo ela, cometeram um erro, prendendo uma pessoa inocente e deixando a verdadeira culpada a solta.
De início os policiais acreditaram que Stephanie estava em busca de atenção e estava fazendo aquilo apenas para aparecer na mídia. Não quiseram ouvir o que ela tinha a dizer, muito menos se tinham provas que afirmassem que ela dizia a verdade, apenas a mandou embora.
Logo após isso as coisas ficam extremamente suspeitas, pois depois disso Stephanie simplesmente some do dia para a noite, quase sem deixar vestígios.
Quase, pois a única pista que se tem sobre ela é uma mensagem que ela deixou na caixa postal de uma pessoa, onde ela conta algumas coisas que estavam acontecendo e diz com uma voz bastante trêmula ao final: estou com medo.
Não ache que isso foi um spoiler, pois tudo isso que foi dito aqui acontece nas primeiras 50 páginas desse livro que contém mais de 570 páginas.
De fato, essa não vai ser uma leitura rápida. Mas não ache que isso vai fazer com que seja chata, muito pelo contrário.
Esse é o tipo de escrita que deixa o leitor grudado no livro sem conseguir parar de ler, pois ao longo da história, tantas mentiras são descobertas, tantas reviravoltas acontecem, que fica difícil saber qual ponto mais chocou ou chamou mais atenção.
Mais 10 recomendações:
- Livro
- Moreira, Carol (Author)
- 400 Pages – 06/21/2022 (Publication Date) – Intrínseca (Publisher)
- Livro
- Tudor, C. J. (Author)
- 272 Pages – 03/15/2018 (Publication Date) – Intrínseca (Publisher)
- Oito Assassinatos Perfeitos – Um Suspense Psicológico Arrepiante, Perfeito Para Os Fãs De Thrillers Policiais
- Swanson, Peter (Author)
- 312 Pages – 03/04/2022 (Publication Date) – Jangada (Publisher)
- Criminal Profiling – Perfil Criminal – Análise do Comportamento na Investigação Criminal
- Denis Lino (Author)
- 220 Pages – 04/05/2021 (Publication Date) – Juruá Editora (Publisher)
- Donlea, Charlie (Author)
- 352 Pages – 08/03/2018 (Publication Date) – Faro Editorial (Publisher)
- Jorge, Higor Vinicius Nogueira (Author)
- 272 Pages – 12/03/2018 (Publication Date) – Brasport (Publisher)
- Bermudez, André Luiz (Author)
- 228 Pages – 04/23/2021 (Publication Date) – Emais Editora & Livraria Jurídica (Publisher)
- Wendt, Emerson (Author)
- 265 Pages – 05/31/2024 (Publication Date) – Editora Mizuno (Publisher)
- Nathan, Taj (Author)
- 304 Pages – 03/21/2022 (Publication Date) – Universo dos Livros (Publisher)
- Hamilton, Sekou (Author)
- 160 Pages – 03/01/2010 (Publication Date) – NewPOP (Publisher)
E aí, depois de tantas boas opções, já decidiu qual livro te chamou mais atenção?
Vanessa Oliveira é uma baiana graduanda em letras com inglês pela UNEB. Tem paixão pelas áreas do audiovisual, música e literatura. Seu interesse em livros começou na adolescência com livros sobre fantasia e aventura, que abriram as portas para o vasto universo literário.
Antônio Ferreira é escritor, poeta, romancista de origem humilde, natural da cidade de São Miguel do Tapuio-PI, tem participado de bate-papos literários e lançado suas obras no Salão do Livro do Piauí – SALIPI(Salão do Livro do Piauí), em saraus de faculdades, entrevistas no UOL e R7 e vários blogues de literatura.
O escritor e poeta e movido pelo anseio de expressar seus anseios de ter voz perante as mazelas sociais e de si próprio ao longo da vida, expressar o seu senso crítico e povoar seu meio social ou algo mais de poesia e reflexão acerca da vida
Tem várias obras, entre elas, ‘ O Reino Mugh’ que já esteve em evidência na pagina inicial do maior clube de leitores de livros do Brasil, Skoob, além dos editores dele colocarem-no no stories das redes sociais também. Além dele, o livro ‘Serial Killer-Um Circulo de Amor e Morte’ também recebeu um grande destaque no site recomendocomprar.com.br como melhor livro de Serial Killer. O autor também é um poeta premiado em concurso literário nacional com poesias que também salientam mazelas sociais, como o racismo e pobreza e elitismo. Suas obras estão impressas ou digitais na Amazon Kindle e UICLAP e alguns exemplares em mãos.
Instagram: poetaantonioferreiraoficial