Imperfeitos – Christina Lauren: Análise Completa, Resumo e Crítica

É fato que nós amamos uma história inusitados, cheia de reviravoltas surpreendentes, mistérios, dramas, aventuras eletrizantes e emocionantes. Mas quem aí também não ama um clichê bem feito? E clichês romântico, então!?

Um romance leve, divertido e apaixonante é sempre uma ótima pedida para quem deseja dar uma espairecida, para quem gosta de ler algo leve antes de dormir ou para quem tem a leitura como uma forma de aliviar o estresse do dia a dia corrido e cheio de tarefas.

Pensando nisso, hoje aqui no Café e Livros você irá encontrar uma análise completa e resenha de um delicioso clichê romântico, no melhor estilo “inimigos que viram um casal”.

 A dica de hoje é o livro “Imperfeitos”, de Christina Lauren, acompanha uma história de ódio que vira amor entre um jovem casal, com muito clichê de comédia romântica, acontecimentos inusitados e tudo isso em um cenário paradisíaco.

Nada de lágrimas ou sofrimento! Vamos mergulhar em uma leitura que nos faz fugir do caos do mundo real através sentimentos bons guiados por uma narrativa leve que nos arranca suspiros.

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Imperfeitos
As escritoras por trás do pseudônimo Christina Lauren, trazem uma história leve e envolvente, cheia de clichês românticos, perfeita para quem deseja uma leitura descontraída e prazerosa, capaz de aliviar o stress do dia a dia.

Pequeno resumo sem spoiler

Primeiro de tudo, é interessante contar que Christina Lauren é um pseudônimo, ou seja, um nome fictício criado para representar a obra no lugar de seu criador verdadeiro, que nesse caso são duas melhores amigas e escritoras, chamadas Christina Hobbs e Lauren Billings, que se juntaram para criar e escrever a história do livro “Imperfeitos”.

A capa cheia de elementos e cores exóticas, que provoca o questionamento inicial de “o que será que contém aqui”, faz muito sentido depois que descobrimos qual é o plot da história.

Esse livro contém dois clichês de histórias românticas que todo mundo adora: inimigos que se apaixonam e casal de mentirinha. Um tipo de leitura perfeito para ser feito como forma de intercalar entre leituras mais pesadas, já que não se trata de nenhuma tragédia romântica, amor proibido ou romance dark.

O livro conta a história de uma jovem mulher chamada Olive. Uma mulher extremamente sem sorte, considerada a azarada da família.

Pense na pessoa mais azarada que você conhece e multiplique por um número muito alto. Aí está o tamanho do azar que Olive carrega com ela todos os dias.

Ela passa por situações estranhamente inusitadas que normalmente não aconteceria com ninguém. E tudo que acontece em sua vida comprova essa sua falta de sorte crônica.

Em contrapartida, Olive tem uma irmã gêmea, e aqui nós conhecemos Ami, que é completamente o oposto de Olive. Ami é uma pessoa super sortuda. Aquele tipo de pessoa que ganha raspadinhas, ganha sorteios, acha dinheiro perdido na rua, sempre ganha no ‘par ou ímpar’ e tal.

Ami está prestes a se casar, e devido ao seu histórico de sortuda, é claro que ela ia usar isso para ganhar vários sorteios e promoções, para assim precisasse gastar o mínimo possível em seu casamento. E adivinha só… ela conseguiu!

No meio dessas coisas que ela ganhou, tem uma lua de mel no Havaí com muitas coisas incríveis inclusas no pacote. Coisas que transformam a viagem em uma viagem dos sonhos para qualquer um.

Quando o casamento chega está tudo correndo perfeitamente como o planejado e Ami está muito animada.

Tudo continuaria perfeito até o fim, se não fosse um buffet de frutos do mar que Ami ganhou em um sorteio e que acaba provocando uma intoxicação alimentar em todos os convidados do casamento, incluindo os noivos.

No meio disso, a sorte de Olive parece dar as caras, já que ela não comeu do buffet, graças à sua alergia a frutos do mar.

Com isso, Ami diz para Olive ir na tal viagem de lua de mel em seu lugar, já que a viagem não tem reembolso e as duas são iguais. Seria só ir no lugar de Ami, levando seu documento e aproveitar os dias naquele paraíso tropical.

A única coisa que pode estragar uma viagem paradisíaca é a presença de alguém tão desagradável.

Isso tudo seria perfeito para a Olive, se não fosse por um pequeno detalhe que o seu azar natural se encarregou de colocar no meio: Ethan!

Olive vai sair em uma lua de mel falsa com o cara que ela mais odeia no mundo, Ethan, o irmão do agora marido de sua irmã, seu cunhado.

Ethan não chegou a comer do buffet de frutos do mar por nojo da comida, e como não foi atingido pela intoxicação, seu irmão sugeriu de ele ir à viagem em seu lugar, assim com Olive iria no lugar de Ami.

Os dois tiveram um começo bem estranho, com Ethan mostrando um desconforto muito grande com Olive desde o início. Desconforto esse que ela não entende, já que ela nunca havia feito nada para que ele a tratasse daquela forma.

Mas como ela recebeu um comportamento hostil dele, ela acabou se tornando fria e hostil com ele também.

Só que isso não a abala muito, já que nos planos dela eles irão juntos, dividirão o quarto, mas o lugar é muito grande e a viagem será tão incrível que eles provavelmente nem terão nem que olhar para a cara um do outro.

Tudo certo, não é? Errado! A péssima sorte de Olive não deixaria que isso corresse tão bem e fácil assim.

Tudo começa dando muito errado, desde o transporte, que de cara nos rende ótimas cenas engraçadas, já que o avião é horrivelmente desconfortável e a viagem acaba sendo péssima.

E para acabar de completar, naquele lugar lindo e aparentemente afastado do resto do mundo e de todos que ela conhece, Olive encontra o seu chefe.

O problema é que ela arranjou esse emprego logo antes de viajar e justificou essa falta no trabalho dizendo que estava casada e em lua de mel.

Paralelo a isso, Ethan encontra lá também a sua ex-noiva, que aparentemente está muito bem acompanhada e feliz, e acaba fazendo o mesmo que Olive, dizendo também para ela que está casado e em lua de mel.

Aí começam todas as confusões e tudo aquilo que nós amamos em um clichê delicioso como esse, e que você só vai saber se ler o livro.

Análise e opinião com spoiler

Pelo pequeno resumo acima, já dá para perceber que se trata de uma leitura extremamente leve e divertida, com situações inusitadas e engraçadas, que prendem o leitor.

Tem também várias cenas de vergonha alheia que nos faz levar as mãos à cabeça e pensar “ai meu Deus!”, graças às confusões e enrascadas em que esses dois se metem durante a viagem.

Essas partes do livro são particularmente deliciosas de serem lidas. O leitor se deleita e se diverte com as farpas contidas nos diálogos dos personagens protagonistas. Diálogos estes que são provavelmente a melhor coisa do livro, pois são muito engraçados.

A relação dos dois, o ódio se transformando em amor, o envolvimento deles e essa aproximação que mostra um para o outro quem eles realmente são e como as primeiras impressões estavam erradas é muito interessante de ser lido.

Nós conhecemos um pouco mais das nuances de cada um deles e vamos entendendo direito o motivo pelo qual um não gostava do outro antes, vamos entendendo quem eles são e como eles, de certa forma, passam por um amadurecimento durante essa falsa lua de mel. E isso é realmente muito bom de acompanhar.

E as autoras se encarregam de descrever isso muito bem, de forma que nós leitores nos sentimos realmente dentro da narrativa e compreendemos tudo muito bem e sem esforço.

A evolução dos personagens não é algo feito de qualquer jeito e nenhum dos dois fica sem uma motivação. É algo que nitidamente não é feito por amadoras.

O ponto alto do livro, para a maioria esmagadora que o lê, é justamente essa viagem de falsa lua de mel dos dois, por isso tanta ênfase nela. Isso porque é um momento muito leve e muito divertido e descontraído da história, que nos caiva e nos faz querer estar vivendo aquilo.

Entretanto, como nem tudo são flores, e mesmo com a escrita impecável das autoras, a ótima construção e evolução de personagens e com todos os momentos que cativam e divertem o leitor durante a narrativa, existe um ponto que pode ser indicado como incômodo e insatisfatório:

O ponto da história em romances desse gênero, onde o casal está finalmente se dando bem e o leitor percebe que vai acontecer algum conflito que vai causar um afastamento entre eles, para ter o momento do conflito, tensão e desencontro, que por sua vez vai gerar o clímax da história no desfecho.

Isso de fato acontece no livro “Imperfeitos”, mas a forma como isso acontece, a maneira como Ethan coloca em questão alguns valores da pobre azarada Olive é frustrante para o leitor e incomoda pelo fato de ir contra a essência e a personalidade que as autoras construíram para o personagem de Ethan.

É claro que como em qualquer outro clichê do gênero, o autor (nesse caso as autoras), dá um jeito de inserir na história uma forma do casal protagonista se reaproximar e ficarem juntos de novo e acabarem felizes pare sempre.

capa imperfeitos

Mas ainda assim, fica a sensação de que Ethan não sofre o suficiente do que deveria ter sofrido pelas palavras que ele disse e pela atitude que ele teve em relação a Olive. Fica a sensação de que o personagem saiu praticamente impune depois do que fez.

Ele não se esforça tanto para consertar as coisas e ela o perdoa fácil demais.

O livro não é tão grande, então não seria problema deixar ele um pouco maior, dedicando algumas páginas a mais ou quem sabe desenvolver melhor essa parte do livro em poucos parágrafos, desde que desenvolvesse de um jeito melhor e mais satisfatório para quem o lê. Assim o leitor teria uma sensação de justiça feita no final.

Isso pode gerar um certo desconforto e sentimento de frustração para o leitor que realmente se envolve com a história e os personagens.

É óbvio quem em um livro desse gênero, nós já esperamos pelo final e ele quase nunca nos surpreende, dado que se trata de um clichê onde os personagens com certeza ficarão juntos no final. Mas a construção do final poderia ser mais criativa, considerando o quão criativo todo o resto do livro é.

Por esse motivo, o livro não merece 5 estrelas. Mas isso não significa que “Imperfeitos” não valha a pena ser lido. Pelo contrário, esse é apenas um detalhe que não tira a emoção da narrativa.

O livro, apesar disso, é maravilhoso e merece estar na lista de leitura de todos os amantes de clichês românticos, pois como já foi falado várias vezes aqui, ele é extremamente leve, divertido, cativante e apaixonante.

As subtramas e as aventuras enrascadas em que Olive e Ethan se metem e resultam no amor dos dois no final vale muito a pena ser acompanhado até o final.

Outro ponto interessante é que o livro não fica exclusivamente no casal. Ele trabalha e desenvolve os personagens separadamente também, como indivíduos, com suas questões e conflitos pessoais.

Além também de puxar um gancho para a relação das duas irmãs, que a princípio parece estar meio esquecido, mas logo depois é abordado de uma forma bem interessante.

E aí, depois dessa, acha que o livro merece a sua chance?

Teremos o maior prazer em ouvir seus pensamentos

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