A Princesa Salva a Si Mesma Nesse Livro: Análise Completa

Quase todas as mulheres nascidas até os anos 2000 cresceram cercadas de referências femininas vindas dos famosos contos de fadas, não é mesmo?

Histórias, que na época éramos incapazes de perceber, um tanto genéricas, com uma receita pronta: a princesa linda, frágil e indefesa, que entrava em apuros e sofria até que um lindo, forte e corajoso príncipe viesse e a salvasse.

Não estou dizendo que essas histórias sejam ruins, eu as amo até hoje.

Mas você não concorda que essas histórias já estão ultrapassadas e retratam um modelo de sociedade e de feminilidade que já deveria ter sido deixado para trás há muito tempo?

Pois bem, com pensamentos assim, diversos autores e autoras vêm se empenhando para mudar e desconstruir a imagem da protagonista frágil e indefesa.

E pensando nisso, hoje o Café e Livros trará uma análise completa do livro “A princesa salva a si mesma nesse livro”, com um belo resumo e uma resenha bem sincera.

EM OFERTA A princesa salva a si mesma neste livro
A princesa salva a si mesma neste livro
Publicado em 23 de abril de 2016, “A princesa salva a si mesma nesse livro” é um livro de poesias dividido em três partes, escrito por Amanda Lovelace. O livro é uma auto biografia escrita em forma de romance de não ficção, onde a autora relata a sua jornada de autoconhecimento, superação e amor próprio.

Sobre o livro

“A princesa salva a se mesma nesse livro” é um livro de poesias, de 208 páginas, escrito por Amanda Lovelace e publicado em 23 de abril de 2016.

A premissa do livro se baseia em pautas extremamente atuais do século XXI, principalmente para as mulheres, onde encontramos textos sobre amor próprio, empoderamento, autoconhecimento e superação.

No entanto, é importante destacar que esse é um livro emocionalmente forte e pode acionar gatilhos em pessoas que já tenho passado por problemas como abuso psicológico, violência ou assédio.

Promessas sussurradas na chuva serão levadas pela água.

Os poemas encontrados no livro são curtos e contém uma linguagem extremamente simples e acessível, mas, isso não o torna fraco e sem profundidade, pelo contrário, apesar da forma como a história é contada, a autora consegue ser muito direta e concisa.

Se trata de uma obra autobiográfico da Amanda Lovelace, onde ela conta várias situações de sua trajetória de vida, de uma maneira fantasiosa, o que o caracteriza como um romance de não ficção.

Romance de não ficção

Este livro é um romance de não ficção, então vamos entender primeiro o que é isso, pois é importante para a compreensão da narrativa.

Um romance de não ficção é uma história real contada com ele mentos e artifícios que a tornam mais lúdica ou até surreal, como uma forma de torná-la mais interessante ou mais atrativa, ou melhor compreensível ao leitor.

livro velho, óculos e uma vela sobre um pano

Aqui nós acompanhamos a protagonista em uma espécie de autobiografia que a autora faz utilizando elementos mágicos e fantasiosos, dignos de conto de fadas, para compor a sua narrativa.

Resumo

Como dito acima, esse é um livro de poesias, auto biográfico e de não ficção.

O livro não dividido em capítulos, e sim em partes, 4 partes, sendo elas: “A princesa”, “A donzela”, “A rainha” e “Você”.

Em cada uma dessas partes, a autora tem um propósito, em cada uma delas a autora trata de uma fase diferente da sua vida e da sua evolução como mulher e como indivíduo, que consequentemente aconteceu devido tais eventos ocorridos em tais períodos.

Ao logo do livro, em suas poesias, Amanda Lovelace aborda temas do cotidiano feminino, como feminismo, machismo, abusos, assédio, empoderamento, resiliência e autodescobertas.

O próprio título do livro já antecipa que o livro carrega uma mensagem feminista, pois “A princesa salva a si mesma nesse livro” já nos adianta que a protagonista não esperou por um príncipe encantado para lhe salvar.

E é exatamente isso. Diferente das histórias de princesas às quais estamos acostumados, essa princesa encontrou coragem e força para se salvar sozinha.

Ao ler o livro, é bom sempre se lembrar de que se trata de uma autobiografia, pois isso deixa a história muito mais interessante durante a leitura.

A princesa

Os poemas da primeira parte do livro, intitulada de “A princesa”, é quando temos o primeiro contato com a protagonista.

A princesa, nessa primeira parte, está em sua jornada de luta pela sua própria salvação.

garota segurando uma coroa sobre a cabeça

Aqui a autora se preocupa em desconstruir, de forma metafórica, através da jornada da princesa que não precisa de um príncipe, a imagem social que a mulher tem de frágil, dependente e incapaz de viver sem uma figura masculina.

Há uma ênfase muito grande na força da protagonista, na sua coragem e poder de superação e resiliência, novamente como alusão à imagem feminina.

A donzela

A segunda parte do livro é chamada de “A donzela”, e nela, a autora entra em assuntos mais delicados e capazes de acionar gatilhos.

Nessa segunda parte, Amanda Lovelace aborda temas como abusos, traumas e dores psicológicas e emocionais.

mulher segurando uma espada

Aqui são exploradas as feridas e cicatrizas causadas e deixadas por relacionamentos abusivos e tóxicos vivos pela personagem, assim como o empenho para encontrar a cura para esses traumas deixados, a superação e a auto reconstrução no fim de tudo isso.

Nessa segunda parte a autora deixa a guarda da protagonista baixa, para transmitir ao leitor vulnerabilidade e honestidade, mas ao mesmo tempo, transmite honestidade, coragem e firmeza na jornada da protagonista.

A rainha

Apesar de não ser a última parte do livro, terceira parte, que é intitulada “A rainha”, é finalmente o fechamento do arco da protagonista.

Como a primeira parte tratou de nos apresentar a protagonista e na segunda o leitor pode conhecer a fundo suas dores, traumas e cicatrizes as quais ela está lutando para superar, a terceira se encarrega de mostrar ao leitor a tão esperada superação.

rainha sentada no trono ao ar livre com névoa

Nela, a autora mostra não só a superação da protagonista, mas, o resultado do seu crescimento pessoal.

Nessa parte, a mensagem passada é de autossuficiência, amor próprio e confiança.

Como o próprio subtítulo já diz, a princesa se revela como uma rainha independente e poderosa, completamente capaz de enfrentar e derrotar todos os desafios com muita coragem e cabeça erguida.

Você

Por fim, a quarta e última parte do livro se chama “Você”, e como já é de se esperar, se trata de uma mensagem a quem o leu até o fim.

A terceira parte funciona como uma espécie de convite e incentivo para que, assim como a própria Amanda Lovelace, o leitor venha a se tornar o protagonista da sua própria vida e, como consequência, das suas histórias.

mulher segurando o braço fazendo o gesto feminista

Nela, a autora faz questão de impelir que o leitor busque a autodescoberta, que lute pelos seus sonhos, pratique o tão falado amor próprio e tenha coragem para lutar as batalhas da vida.

Há um nítido empenho da autora para que a jornada da protagonista se torne uma espécie de inspiração para quem leu, e isso fica muito explícito nessa última parte.

Resenha

Pode até parecer que é um livro de auro-ajuda daqueles bem genéricos encontrados nos supermercados, mas se engana muito quem o julga assim antes de ler, pois o livro passa longe desse formato.

Ele é instigante, empolgante, interessante, consegue prender muito a nossa atenção, além de ser extremamente lindo.

A forma como Amanda Lovelance escreveu cada uma das poesias contidas nesse livro é digna de aplausos, pois ela conseguiu ser extremamente honesta em cada verso e empregar sentimentos genuínos neles, sentimentos esses que nós realmente sentimos.

Foi muito bom saber que se trata de uma auto biografia antes de ler, pois isso deu uma humanizada na protagonista e eu consegui me conectar com ela de uma forma real.

mão feminina passando o dedo indicador sobre um livro

Um retrato disso é que em diversos poemas, principalmente na segunda parte, “A donzela”, eu senti muita tristeza ao ler, pois é possível imaginar tudo o que é retratado em um contexto real e até se imaginar.

Quem é leitor experiente sabe que há uma beleza poética na dor, dependendo do desfecho e de como ela é retratada. E é esse o caso desse livro, pois ele é lindíssimo.

É possível se enxergar na personagem, principalmente quando lembramos que é uma pessoa real. E isso acontece mesmo se você não tiver passado por um trauma muito pesado, graças aos elementos mágicos e fantasiosos.

Esse é aquele tipo de leitura que muda a nossa vida, que, quando acabamos, respiramos fundo e ficamos um tempo refletindo sobre a vida e o que acabamos de absorver.

Então sim, essa leitura vale muito a pena.

E aí, vai dar uma chance a esse livro maravilhoso?

Teremos o maior prazer em ouvir seus pensamentos

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